História Viva
"O respeito pelo passado, eis o traço que distingue a instrução da barbárie; as tribos nômades não possuem nem história, nem nobreza." Alexander Puschkine
sábado, 4 de abril de 2015
domingo, 14 de setembro de 2014
A maior fraude da história
Nehemias Gueiros Jr *
FONTE: Jornal Pravda
"Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis."
Mayer Amschel (Bauer) Rothschild
Todo
aquele que controla o volume de dinheiro de qualquer país é o senhor
absoluto de toda a indústria e comércio, e quando percebemos que a
totalidade do sistema é facilmente controlada, de uma forma ou de outra,
por um punhado de gente poderosa no topo, não precisaremos que nos
expliquem como se originam os períodos de inflação e depressão."
James Garfield
presidente americano, 1881.
Poucas semanas após proferir estas palavras (da segunda citação), dirigidas aos moneychangers,
o presidente Garfield foi assassinado. E não foi o único presidente
norte-americano morto por eles, como veremos adiante. Para podermos
entender melhor quem são os moneychangers (ou argentários), é necessário retornar no tempo até cerca de 200 A.C., quando pela primeira vez** tem-se registro da "usura". Entre as várias definições do Aurélio para usura encontramos juro exorbitante, exagerado, lucro exagerado, mesquinharia.
Dois
imperadores romanos foram assassinados por terem pretendido implantar
leis de reforma limitando a propriedade privada de terras ao máximo de
500 acres e liberando a cunhagem de moedas, que era feita pelos
especuladores. Em 48 A.C., Júlio César recuperou o poder de emitir
moeda, tornando-o disponível para qualquer um que possuísse ouro ou
prata. Também acabou assassinado. Em seguida, as pessoas comuns perderam
suas casas e seus bens, da mesma forma como temos assistido acontecer
na crise americana das hipotecas.
Na época de Jesus, há dois mil anos, o Sanhedrin (a Suprema Corte da antiga Israel) controlava o povo através da cobrança de taxas representadas pelo pagamento de meio shekel.
Vários historiadores estimam que os cofres dessa corte continham vários
milhões de dólares em dinheiro de hoje. O povo judeu, totalmente
oprimido e controlado pelo Sanhedrin,
vivia escravizado pelos dogmas da religião imposta por esses líderes.
Como todos sabemos, Jesus foi o primeiro a ousar desafiar esse poder e
expor a conduta sacrílega de Israel e também acabou morto na cruz.
Nos séculos seguintes, os moneychangers
continuaram a expandir a arte da usura em todos os segmentos da vida,
criando expansões e contrações financeiras, de geração em geração
enfrentando monarcas e líderes políticos que queriam erradicá-la. Sempre
em vão. A cada bem-sucedida (e rara) tentativa de eliminá-la, a usura
voltava com mais força ainda, respaldada pela ganância e o poder dos
fortes e ricos contra os fracos e pobres. Na Idade Média, o Vaticano
proibiu a cobrança de juros sobre os empréstimos, e com base nos
ensinamentos e na doutrina eclesiástica de Aristóteles e São Tomás de
Aquino, afirmou que "o propósito do dinheiro é servir à sociedade e facilitar a troca de bens necessária à condução da vida." De nada adiantou, eis que a própria Igreja
conspirava com o Estado para acumular dinheiro e poder através dos
séculos e controlar os oprimidos com os "castigos" e as "bênçãos" do
Todo Poderoso. Os argentários usavam os juros para praticar a usura, que
hoje é consagrada por lei através da prática bancária. Já
naquela época, vários religiosos e teólogos condenavam a escravização
econômica resultante da usura mas como podemos observar a situação mudou
muito pouco nos últimos 500 anos.
Na medida em que a usura foi se instalando em todas as camadas sociais, os moneychangers foram ficando cada vez mais ousados em suas manipulações financeiras e foi assim que surgiu o famigerado conceito do fractional reserve lending,
ou "empréstimo baseado em reserva fracional" ou "empréstimo sem
cobertura ou lastro". Embora de enunciado complexo, a prática é muito
simples. Significa emprestar mais dinheiro do que se tem em caixa e
transformou-se na maior fraude de todos os tempos, principal responsável
pela vasta pobreza que assola o mundo até hoje e pela redução
sistemática do valor do dinheiro. A descrição dos economistas sobre os
chamados "ciclos econômicos", nada mais é do que a identificação dos
períodos de expansão e retração determinados pelos bancos em todo o
mundo, através do fractional reserve lending. Eles simplesmente adotaram as regras do passado e continuaram a praticá-las até hoje.
A
prática do "empréstimo sem lastro" continuou se expandindo antes mesmo
do surgimento dos bancos, alimentada pelos ourives e mercadores de ouro e
prata, que guardavam os metais nobres da população em custódia para não
serem roubados. Logo esses negociantes — na realidade meros agiotas —
perceberam que a maioria das pessoas morria e não voltava para buscar
seus bens, legando-os à herança familiar. Foi quando começaram a
emprestar dinheiro a juros, geralmente em quantias muito superiores ao
ouro e prata que possuíam guardados em custódia. O recibo da custódia
foi provavelmente o primeiro embrião do dinheiro de papel que temos
hoje, pois com ele, a pessoa podia adquirir mercadorias e bens no grande
mercado. Com a contínua expansão desse negócio ilícito e usurário, logo
os moneychangers puderam abrir lojas específicas para empréstimos, advindo daí a origem dos bancos modernos.
O usurário e a sua mulher – Quentin Matsys, 1514 – Óleo sobre madeira – Museu do Louvre – Paris
O primeiro banco central de um país a praticar o fractional reserve lending, ou FRL foi o Bank of England
(Banco da Inglaterra), constituído em 1694 e de natureza privada. Era
controlado por acionistas fraudulentos e mal-intencionados que
utilizaram o mote "people’s bank" (banco do povo), para praticar toda
sorte de fraudes visando unicamente o lucro. As dívidas com o Banco da
Inglaterra de centenas de gerações posteriores, representadas ou pela
própria monarquia inglesa ou pelo governo, foram asseguradas através da
criação de taxas impostas à população, que viriam a se transformar no
Imposto de Renda como hoje o conhecemos. O modelo do Banco da Inglaterra
rapidamente se transformou no modelo para os bancos centrais de todos
os países no mundo atual. Os agiotas descobriram que é muito mais
lucrativo emprestar para monarcas e governos do que para cidadãos
comuns. Através da dívida, tornavam-se literalmente credores e soberanos
de nações inteiras.
Em
suma: os argentários colocavam um banco privado a cargo de todas as
finanças e operações econômicas de um país, o que equivale a entregar a
nação a uma organização mafiosa que controla a economia com a finalidade
de lucro e assim mantém a população totalmente refém de suas políticas
financeiras.
No início do século XVIII, cerca de 50 anos depois que o Banco da Inglaterra já estava operando, um alemão chamado Amshel Moses Bauer1, ourives e agiota que vivia em Frankfurt, na Alemanha, começou um negócio a que denominou de Rothschild, pois a insígnia na porta da sua loja era uma águia romana sobre um escudo vermelho. Rothschild significa "escudo vermelho" em alemão. O negócio prosperou e em 1743 ele mudou seu próprio nome para Amshel Moses Rothschild.
Ele tinha cinco filhos e, ao atingirem a maioridade, ele enviou cada um
a uma capital comercial da Europa para emprestar dinheiro a juros,
principalmente às monarquias e reinos.
O mais velho, Amschel, ficou em Frankfurt; Solomon foi para Viena;
Nathan para Londres, Jacob para Paris e Carl para Nápoles. Assim foram
plantadas as sementes que permitiram à mais poderosa e rica família da
história do mundo reinar nos séculos seguintes da evolução da
humanidade, com o único propósito de lucro e poder, seja qual fosse o
custo. Gerações seguidas dos Rothschild e seus correligionários exercem —
e continuam exercendo — poder sobre a sociedade mundial, utilizando-se
da antiga prática da usura e do fractional reserve lending.***
"Os
judeus, que são algo como nômades, nunca até agora criaram uma forma
cultural por si mesmos, e até onde eu posso ver, nunca o farão, uma vez
que todos os seus instintos e talentos requerem uma nação mais ou menos civilizada como hospedeira para o seu desenvolvimento."
C. G. Jung
The State of Psychotherapy Today, Collected Works (Routledge), vol. 10 (1934).
Já
donos de uma fortuna incalculável obtida com os empréstimos a todos os
países europeus os Rothschild se envolveram vigorosamente nos
financiamentos ao governo inglês para as colônias da América, acabando
por indiretamente causar a independência americana quando restringiram o
crédito e aumentaram salgadamente as taxas cobradas aos pilgrims.
Mesmo após a independência, logo implantaram o modelo de banco central
no Novo Continente, para expandir ainda mais os seus lucros. Durante a
primeira metade do século XIX nos Estados Unidos, pelo menos três vezes
os opositores do sistema agiotário lograram êxito em fechar o banco,
entre eles os presidentes James Madison e Andrew Jackson, mas ele sempre
ressurgia.
Foi
durante a Guerra Civil americana que os conspiradores lançaram o seu
mais bem-sucedido esforço nesse sentido. Judah Benjamin, principal
assessor de Jefferson Davis (na época presidente dos Estados
Confederados da América), era um agente dos Rothschild. A família
plantou assessores no gabinete do presidente Abraham Lincoln e tentou
vender-lhe a idéia de negociar com a Casa de Rothschild. Lincoln
desconfiou de suas intenções e rejeitou a oferta, tornando-se inimigo
figadal da família e acabou assassinado a tiros num teatro.
Investigações sobre o crime revelaram que o assassino era membro de uma
sociedade secreta cujo nome jamais foi revelado pois vários altos
funcionários do governo americano eram membros. O fim da guerra civil
abortou temporariamente as chances dos Rothschild de por as mãos no
sistema monetário dos Estados Unidos, como já faziam com a Inglaterra e
todos os países da Europa. Mas apenas temporariamente.
Anos
depois, um jovem imigrante, Jacob H. Schiff, chegou a Nova Iorque.
Nascido em uma das casas dos Rothschild em Frankfurt, ele chegou à
América com um objetivo definido: comprar ações de um grande banco para
gradualmente adquirir o controle sobre o sistema financeiro americano.
Schiff comprou quotas de participação numa empresa chamada Kuhn &
Loeb, uma famosa casa privada de financiamentos. Entretanto, para
cumprir sua missão, ele precisaria obter a cooperação de "peixes
grandes" do segmento bancário norte-americano. Tarefa difícil para o
humilde jovem alemão oriundo dos subúrbios de Frankfurt. Mas Schiff
tinha trunfos: ele era enviado dos Rothschild e ofereceu ações européias
de alto valor para distribuição no mercado americano. Foi no período
pós-guerra civil que a indústria americana efetivamente começou a
florescer para se transformar no colosso da atualidade.
Com
a decretação da paz e a expansão para o Oeste, havia estradas de ferro
para construir, ligando as duas costas continentais do país, além da
nascente prospecção petrolífera, das siderúrgicas e das empresas
têxteis, para citar apenas algumas. Tudo requeria financiamento e não
havia dinheiro suficiente no jovem país do Norte. A Casa de Rothschild
ponteava no cenário europeu e tinha recursos abundantes, resultado da
vigorosa especulação financeira empreendida em todos os centros
comerciais da Europa nos 150 anos anteriores, emprestando dinheiro a
monarcas, governos e parlamentares.
O
jovem Schiff rapidamente se tornou padrinho de homens como John D.
Rockefeller, Andrew Carnegie e Edward Harriman. Com o dinheiro dos
Rothschild, ele financiou a Standard Oil Company (hoje a poderosa
ESSO, acrônimo das duas letras que formavam a abreviação da empresa em
inglês: S.O. – leia-se ESSO), as ferrovias Union Pacific Railroad e Southern Pacific Railroad e o império do aço de Carnegie, com sua Carnegie Steel Company,
que consagrou a cidade de Pittsburgh, no estado americano da
Pennsylvania como a capital mundial do aço. Foi apenas uma questão de
tempo para Jacob Schiff deter o controle da comunidade bancária de Wall
Street, em Nova Iorque, que já incluía os Lehman Brothers2, Goldman-Sachs
e outros grupos internacionais até hoje atuantes no mercado financeiro,
todos eles desde aquela época controlados pelos Rothschild. É possível
resumir a situação de forma bem simples: Schiff era o "chefe" do mercado
financeiro de Nova Iorque e controlava o dinheiro dos Estados Unidos.
Assim foi preparado o bote sobre o sistema financeiro americano. Com
seus cinco filhos firmemente encastelados em todos os centros
financeiros da Europa, a família Rothschild logo ascendeu à posição de
mais rica família do planeta. Esta situação persiste até hoje, embora
eles professem uma postura de discrição, avessa à mídia e à divulgação.
Nenhuma família ou grupo empresarial possui tanto poder e controle
financeiro em todos os países do mundo como os Rothschild. E isto há 250
anos.
Sua fabulosa fortuna foi conseguida através da prática do fractional reserve lending
("empréstimo sem lastro"), que consistia em multiplicar o dinheiro a
partir das vastas somas de dinheiro depositadas pelas pessoas em suas
casas de custódia (brokerage and escrow houses) espalhadas pela
Europa através do empréstimo de dinheiro de papel a monarcas e governos.
Uma de suas práticas mais determinadas era a de financiar os dois lados
de uma guerra, garantindo assim, no mínimo, a duplicação de seus lucros
com os juros cobrados, vencesse quem vencesse3.
Os moneychangers não se aliavam a determinado partido ou tendência política; para eles só existia a finalidade do lucro.
Em algum tempo, a família Rothschild tomou conta de todos os bancos
centrais do mundo — voltados unicamente para o lucro e não para a
administração da economia dos seus respectivos países — e com a
inteligente operação de sua inesgotável fortuna tornaram-se agentes
determinantes na criação dos Estados Unidos da América, que viria a se
tornar o pais mais rico e poderoso do mundo. Não se trata de mera
coincidência, pois foi a opressão inglesa sobre o Novo Mundo com a
cobrança de taxas pelo Banco da Inglaterra que acabou por desencadear a
revolução que criou os EUA.
Benjamim
Franklin, inventor, cientista, político e diplomata do século XVIII,
artífice da aliança com a França que auxiliou a independência americana,
afirmou o seguinte ao Banco da Inglaterra, que tencionava financiar a
nova república americana através da estratégia da usura (fractional reserve lending): "É muito simples. Aqui nas colônias nós emitimos nossa própria moeda, que se chama Colonial Script4.
Emitimo-la na exata proporção das necessidades do comércio e da
indústria, para tornar os produtos mais móveis entre os produtores e os
consumidores. Desta forma, criando nosso próprio dinheiro de papel,
controlamos o seu poder de compra e não precisamos pagar juros a ninguém".
O
controle do sistema monetário dos EUA está totalmente investido no
Congresso Americano, eis por que Jacob Schiff seduziu os parlamentares a
bypassar a Carta Magna estadunidense e passar esse controle aos moneychangers.
Para que essa transição fosse integralmente bem-sucedida e a população
do país não pudesse fazer nada a respeito, seria necessário que o
congresso americano promulgasse uma peça de lei específica. Como
conseguir isso? Através de um presidente sem moral e sem escrúpulos, que
assinasse o projeto de lei.
Nos quase 200 anos que se passaram entre a independência americana e a criação do Federal Reserve Bank
(Banco Central dos Estados Unidos), popularmente conhecido como "Fed",
várias vezes a família Rothschild tentou controlar a emissão de moeda
nos EUA. Em cada tentativa, eles procuraram estabelecer um banco central
privado, operando apenas com a finalidade de lucro e não para
administrar ou proteger a economia americana. Cada uma dessas tentativas
até 1913 foi oposicionada por políticos decentes e honestos, a maioria
dos quais acabou assassinada por encomenda dos moneychangers.
O Fed
começou a operar com cerca de 300 pessoas e outros bancos que
adquiriram quotas de US$ 100.00 (a empresa é fechada, não negocia ações
em bolsa) e se tornaram proprietários do Federal Reserve System.
Criaram uma mastodôntica estrutura financeira internacional com ativos
incalculáveis, na casa dos trilhões de dólares. O sistema FED arrecada
bilhões de dólares em juros anualmente e distribui os lucros aos seus
acionistas. Some-se a isso o fato de que o congresso americano concedeu
ao FED o direito de emitir moeda através do Tesouro Americano (Dept. of the Treasury)
sem cobrança de juros. O FED imprime dinheiro sem lastro, sem qualquer
cobertura, e empresta-o a todas as pessoas através da rede de bancos
afiliados, cobrando juros por isso. A instituição também compra dívidas
governamentais com dinheiro impresso sem lastro e cobra juros ao governo
americano que acabam incidindo sobre as contas do cidadão comum pagador
de impostos.
O Federal Reserve Bank
(Banco Central Americano) é, na realidade, a ponta-líder de um
conglomerado de bancos internacionais e pessoas físicas unicamente
dedicados a perseguir o lucro, todos a seguir identificados, o que
constituiu a revelação de um dos maiores segredos dos últimos 100 anos:
Rothschild Bank of London
Warburg Bank of Hamburg
Rothschild Bank of Berlin
Lehman Brothers of New York (*)
Lazard Brothers of Paris
Kuhn Loeb Bank of New York
Israel Moses Seif Banks of Italy
Goldman, Sachs of New York
Warburg Bank of Amsterdam
Chase Manhattan Bank of New York
First National Bank of New York
James Stillman
National City Bank of New York
Mary W. Harnman
National Bank of Commerce, New York
A.D. Jiullard
Hanover National Bank, New York
Jacob Schiff
Chase National Bank, New York
Thomas F. Ryan
Paul Warburg
William Rockefeller
Levi P. Morton
M.T. Pyne
George F. Baker
Percy Pyne
Mrs. G.F. St. George
J.W. Sterling
Katherine St. George
H.P. Davidson
J.P. Morgan (Equitable Life/Mutual Life)
Edith Brevour
T. Baker
(*) A Lehman Brothers pediu concordata em setembro de 2008, através da Seção Onze do U.S. Bankruptcy Code (Chapter Eleven)
Veio o Vigésimo Século e os moneychangers,
sempre representados pelos Rothschilds e seus áulicos, já estavam
firmemente estabelecidos com seus bancos centrais e sua prática do fractional reserve lending
(empréstimo sem lastro) em todas as grandes capitais européias. Era a
hora de devotar atenção total aos Estados Unidos da América, a nova
nação emergente do mundo. Ainda não existia um banco central americano,
pois as várias tentativas de estabelecê-lo ao longo do século XIX foram
infrutíferas.
Finalmente,
em 23.12.1913, durante um recesso de Natal do congresso em que apenas
três senadores retornaram à capital, Washington, para votar, foi
perpetrado um dos maiores atos de vilipêndio
contra o povo americano de que se tem notícia. Sob a presidência de
Woodrow Wilson, um democrata que chegou ao cargo alardeando a bandeira
de nunca permitir a criação de um banco central, foi promulgado o Federal Reserve Act
(Ato da Reserva Federal), que instituiu um banco central privado,
"disfarçado", não apenas para dominar a emissão de moeda mas também para
cobrar juros sobre essa emissão. Nada mais do que a milenar prática da
usura. Uma verdadeira quadrilha estava em ação naquela época, dedicada a alimentar o sucesso da prática do fractional reserve lending (empréstimo sem lastro), que incluía J.P. Morgan (John Pierpont Morgan)5 e que serviria de fundamento para a passagem tranqüila da legislação que criou o Federal Reserve Bank, o banco central dos Estados Unidos.
Todos foram escolhidos a dedo pelos Rothschild e preparados para esse
desfecho em 1913. Já famoso e muito rico, J.P. Morgan, que circulava com
desenvoltura em todos os altos escalões do governo americano, começou a
procurar um futuro presidente que apoiasse as idéias dos moneychangers
de criar um banco central privado, com a finalidade primígena de lucro.
Foi assim que conheceu Woodrow Wilson, então reitor da universidade de
Princeton, no estado de Nova Jérsei.
O Federal Reserve System foi
o desdobramento direto dessa aproximação de Morgan com Woodrow Wilson,
mesmo diante das várias e infrutíferas tentativas de criar um banco
central nos EUA ao longo do século XIX e que resultaram em pelo menos
dois presidentes assassinados por oporem-se a essa idéia. O simples
apoio de Wilson às idéias dos moneychangers constituiu um ato de alta traição. Um dos comentários públicos de Wilson sobre o assunto teria sido o seguinte: "Todos
os nossos problemas econômicos seriam solucionados se apontássemos um
comitê de seis ou sete figuras públicas e homens espirituosos como J.P.
Morgan para cuidar dos assuntos de nosso país." Essa assertiva confirmou as circunstâncias da verdadeira usurpação que os moneychangers estavam prestes a praticar para adquirir o controle fiscal e monetário dos Estados Unidos.
O deputado republicano Charles A. Lindbergh, do estado de Minnesota, declarou: "Aqueles
que não simpatizam com o poder financeiro dessa turma serão banidos dos
negócios e a população será atemorizada com as mudanças nas leis
bancárias e monetárias." Os inocentes cidadãos americanos foram mais
uma vez tragados para a noção da criação de um banco central e a
conseqüente escravização econômica. O senador Nelson Aldrich, de Rhode
Island, se tornou o líder da National Monetary Commission, composta de moneychangers fiéis a J.P. Morgan.
A
finalidade desta comissão era estudar e recomendar ao congresso
americano mudanças no sistema bancário do país para eliminar quaisquer
problemas que surgissem da oposição à intenção primordial de lucro
financeiro. O senador Aldrich era o porta-voz das mais abastadas
famílias da América, estabelecidas na costa leste. Sua filha casou-se
com John D. Rockefeller Junior e deles nasceram cinco filhos: John,
Nelson (que se tornou vice-presidente em 1974), Lawrence, Winthrop e
David, depois dono e chairman do Chase Manhattan Bank. Assim que a comissão foi instalada, o senador Aldrich embarcou num tour
de dois anos pela Europa, para consultas com os bancos centrais do
velho continente (Inglaterra, França e Alemanha). Somente a viagem
custou aos cofres públicos americanos cerca de US$ 300,000.00, uma soma
fabulosa para aqueles tempos.
Logo
após seu retorno em 1910, Aldrich reuniu-se com alguns dos mais ricos e
poderosos homens americanos em seu vagão ferroviário privativo e todos
partiram secretamente para uma ilha na costa do estado da Geórgia, Jekyll Island.
Junto com eles viajou um certo Paul Warburg, que recebia um salário de
US$ 500,000.00 anuais pago pela empresa Kuhn, Loeb & Co. para
conseguir a aprovação da lei de criação do banco central americano e era
sócio de ninguém menos do que o alemão Jacob Schiff, neto do homem que
se associou à família Rothschild em Frankfurt. Na época, Schiff estava
envolvido na derrubada do czar russo, empreitada que custou uns US$ 20 milhões e iniciou a revolução bolchevique que desaguaria na União Soviética.
Essas
três famílias financeiras européias, os Rothschilds, os Schiffs e os
Warburgs estavam todas ligadas pelo matrimônio ao longo dos anos, assim
como os Rockefellers, Morgans e Aldrichs nos EUA. O segredo desta
reunião insular na Geórgia foi tão grande que os participantes foram
instruídos a usar somente seus primeiros nomes para evitar que serviçais
e criados descobrissem suas verdadeiras identidades.
Anos depois, um dos participantes dessa secretíssima reunião, Frank Vanderlip, presidente do National City Bank of New York e representante e protegé da família Rockefeller, confirmou a realização do evento. Citado numa reportagem do jornal Saturday Evening Post de 09.02.1935 ele disse: "Eu
me portei secretamente e furtivamente como qualquer conspirador. Nós
sabíamos que se vazasse qualquer informação de que estávamos impondo ao
congresso americano uma nova legislação bancária, não teríamos a menor
chance de sua aprovação."
A idéia principal da reunião em Jekyll Island
era desdobrar a intenção principal de reintroduzir um banco central
privado para controlar o dinheiro dos Estados Unidos. Não para o povo
americano, mas para os moneychangers da Europa e de Nova Iorque. A atração do fractional reserve lending
(empréstimo sem lastro) era simplesmente irresistível para os
gananciosos argentários. Essa conspiração dos banqueiros privados
americanos para seqüestrar a economia americana se tornava cada vez mais
importante diante da competição dos pequenos bancos estatais do país.
Como o próprio senador Aldrich diria anos depois: "Antes
da promulgação do Federal Reserve Act (em 1913) os banqueiros
novaiorquinos dominavam apenas as reservas monetárias de Nova Iorque.
Agora controlamos as reservas do país inteiro." John Rockefeller disse a respeito: "A competição é um pecado, temos que demovê-lo."
O
crescimento da economia americana prosperou e as grandes corporações do
país começaram a se expandir a partir de seus fabulosos lucros. Como os
moneychangers não possuíam voz ativa sobre essa expansão, que se
processava em nível corporativo longe de seus tentáculos pois a
indústria estava se tornando independente deles, algo tinha que ser
feito para mudar a situação. O nome do banco central americano
consagrado naquela reunião secreta de Jekyll Island, na Geórgia, Federal Reserve Bank,
foi escolhido para dar a impressão de que a instituição era pública,
sem fins lucrativos e para administrar a economia americana em nome dos
cidadãos contribuintes. Ledo engano. O nome foi apenas uma cortina de
fumaça para esconder a intenção monopolista e opositora à concorrência
da nova instituição, que tinha a exclusividade de imprimir as cédulas do
dinheiro americano, criando dinheiro do nada, sem quaisquer lastro ou
reservas e emprestando-o às pessoas sob juros.
Mas como é mesmo que o Fed cria dinheiro do nada? Comecemos com os bonds, ou letras do tesouro. São promessas de pagamento (ou IOUs, no acrônimo em inglês, originado de Iowe you,
"eu devo a você"). As pessoas compram esses títulos para garantir uma
taxa de juros segura no resgate futuro. Ao final do prazo do papel, o
governo repaga o valor principal mais juros e o título é destruído.
Atualmente existem cerca de US$ 5 trilhões desses papéis em poder do
público. Agora, eis os quatro passos adotados pelo banco central
americano para criar dinheiro do nada:
O Federal Open Market Committee
(Comitê Federal do Mercado Aberto) aprova a compra de letras do Tesouro
Americano no mercado aberto. Esses títulos são comprados pelo banco
central americano, o Federal Reserve Bank. O Fed paga
pelos títulos com créditos eletrônicos emitidos em favor do banco
vendedor. Esses créditos não têm origem, não possuem qualquer lastro. O Fed simplesmente os cria e os bancos utilizam esses depósitos como reservas. Como segundo a prática do fractional reserve banking6 ou FRB, os bancos podem emprestar dez vezes mais
do que o valor efetivo de suas reservas e sempre a juros, rapidamente
eles conseguem produzir dinheiro do nada quando os tomadores começam a
pagar os seus empréstimos. Que por sua vez surgiram do nada.
O sistema FRB permite aos bancos não
ter lastro em caixa equivalente aos depósitos dos clientes, vale dizer,
se todos os correntistas resolvessem sacar o seu dinheiro o banco não
teria como pagá-los, como aconteceu no crash da bolsa de Wall Street em 1929, do qual os moneychangers
foram os únicos beneficiários e retomaram todas as propriedades e os
bens do povo americano para revendê-los nos anos seguintes com grande
lucro.
Desta forma, se o Fed
adquirir, digamos, US$ 1 milhão em títulos, este valor se transformará
automaticamente em US$ 10 milhões, do nada, sem qualquer lastro ou
cobertura. O Fed simplesmente aciona sua gráfica e "imprime" os
outros US$ 9 milhões e começa a emprestar o dinheiro a juros no mercado,
através da rede bancária comercial. Assim, o banco central americano
cria 10% do total desse dinheiro novo e os demais bancos criam os
90% restantes. Isto expande a quantidade de dinheiro em circulação e
amplia o crédito e o consumo, levando as pessoas a comprarem mais e
gastarem mais, inflando as estatísticas de crescimento nacional. Mas a
verdadeira intenção desta operação é mais sinistra. Pretende o controle
absoluto sobre a economia. Para reduzir a quantidade de moeda circulante
e provocar uma recessão, o processo é simplesmente revertido. O Fed
vende os títulos ao público e o dinheiro sai dos bancos dos
adquirentes. Os empréstimos têm que ser reduzidos em dez vezes o valor
da venda porque, como vimos, o Fed criou US$ 9 milhões do nada.
Mas
a duvida persiste: como estas operações deliberadas de inflação e
deflação beneficiaram os grandes banqueiros privados que se reuniram
secretamente em Jekyll Island para planejar a monopolização do sistema
monetário americano e dominar a emissão de moeda? Simples. Modificou
radicalmente a reforma bancária realmente necessária para criar um
sistema de financiamento público livre de dívidas, como os greenbacks7
do pres. Abraham Lincoln, representados por papel-moeda impresso e
emitido pelo governo americano durante a Guerra Civil americana
(1861-1865), um conflito entre os estados do norte contra os do sul.
Lincoln, tal como seus antecessores Jackson8 e Madison9, era radicalmente contra o estabelecimento de um banco central, pois já conhecia a estratégia dos moneychangers.
Ele
favorecia a emissão da moeda nacional diretamente pelo Tesouro, um
departamento cuja função era exatamente essa, a de atuar como
administrador da corrência do país. Quando o Tesouro emite moeda, cada
dólar impresso vale exatamente isso: um dólar, pois nasce consagrado
pela confiança da população e pela certeza de que o dinheiro está sendo
emitido sem especulação, sem incidência de juros. O dinheiro emitido
pelo Federal Reserve, por outro lado, é exatamente o oposto. Traz
embutidos juros e tem a intenção firme de lucrar ao ser "emprestado" ao
governo, pois é isso o que o banco central faz: empresta dinheiro ao
governo americano a juros. Em outras palavras, a tão propalada missão de
"guardião da moeda", e "banco do povo", conceitos consagrados lá atrás
através da criação do Banco da Inglaterra, nada mais é do que lucrar a
qualquer custo e ainda controlar a emissão de moeda de um país. A
estrutura do banco central favorece a centralização da oferta de moeda
nas mãos de algumas poucas pessoas, com pouquíssimo controle político
exercido pelo governo estabelecido.
Desde
a proclamação da independência americana que políticos sérios e
comprometidos com o desenvolvimento e o bem-estar da população da
América se insurgiram contra os moneychangers. Em carta dirigida ao secretário do Tesouro, Thomas Jefferson disse em 1802: "Acredito
que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas
liberdades do que exércitos armados. Se o povo americano autorizar
bancos privados a controlar a emissão de sua moeda, primeiro através da
inflação e depois pela deflação, os bancos e as grandes corporações que
crescerão em volta deles gradualmente controlarão a vida econômica das
pessoas, deprivando-as de todo o seu patrimônio até o dia em que seus
filhos acordem sem-teto, no continente que seus pais e avós conquistaram."
Basta examinarmos o sistema de indicação política do presidente do Fed, [atualmente Benjamim Schalom Bernanke, mais conhecido como Paul Bernanke]. O chefe do Fed
é indicado pelo presidente da república mas tem mandato de 14 anos,
separado da autoridade eleita pelo povo, muitas vezes perpetuando-se no
cargo. Notórios presidentes do banco como Paul Volcker e Alan Greenspan
constituem os verdadeiros "xerifes" da economia americana, e, por
conseguinte, exercem influência planetária.
A criação do Federal Reserve Bank em 1913, consolidou definitivamente o controle dos moneychangers
sobre o sistema financeiro americano, impedindo o retorno de uma
política monetária de financiamento público livre de dívidas como os greenbacks de Lincoln e permitindo aos banqueiros criar 90% do dinheiro dos Estados Unidos baseado apenas no conceito de fractional reserves
(reservas fracionais, sem lastro que garantisse a totalidade dos
recursos) e emprestá-lo a juros. Menos de duas décadas após sua criação,
a grande contração de crédito realizada pelo Fed no início dos anos 30 do século XX causaria a Grande Depressão de 1929.
A
independência do Banco Central americano só aumentou desde então,
através da promulgação de inúmeras novas leis. A estratégia para enganar
o público e fazê-lo pensar que o Fed era controlado pelo governo foi a criação de uma junta governante (board of governors)
apontada pelo presidente do país e aprovada pelo senado. Os banqueiros
tinham apenas que garantir que seus correligionários fossem os
escolhidos para a junta, o que não era difícil, já que os banqueiros
tinham dinheiro e dinheiro compra influência política em qualquer lugar
do mundo.
Logo após a reunião secreta de Jekyll Island, teve lugar uma verdadeira blitz
de relações públicas. Os grandes banqueiros de Nova Iorque criaram um
fundo educacional de US$ 5 milhões para financiar professores em
universidades americanas importantes, em troca de apoio ao novo banco
central. O primeiro a ser cooptado foi justamente Woodrow Wilson, de
Princeton, que viria a ser tornar presidente dos EUA. Uma das primeiras
ações legislativas dos moneychangers com o novo Fed foi uma lei conhecida como Aldrich Bill ("lei Aldrich") que logo foi apelidada pelo público como Banker’s Bill,
pois beneficiava apenas as grandes instituições financeiras. O
congressista Lindbergh, pai do famoso aviador Charles Lindbergh que pela
primeira vez cruzou o Atlântico sem escalas em 1927 voando num
monomotor, disse: "O plano de Aldrich é o plano
de Wall Street. Significa novo pânico financeiro, se necessário, para
intimidar a população. O político Aldrich, pago pelo governo americano
para representar o povo no congresso, em vez disso, está propondo um
plano para o grande capital."
A lei não foi aprovada. Os moneychangers
então, através dos banqueiros novaiorquinos, financiaram Woodrow Wilson
como o candidato democrata à presidência dos EUA. Coube ao filantropo e
financista Bernard Baruch a tarefa de "doutrinar" Wilson nesse sentido,
em 1912. Tudo estava pronto para o ataque final dos moneychangers
europeus ao sistema financeiro do Novo Mundo. Essa luta já vinha desde
os tempos da presidência de Andrew Jackson, ferrenho opositor da idéia
de um banco central privado. Mas a capacidade de manobra do dinheiro
logo se revelaria determinante, quando William Jennings Bryan, assessor
de Jackson e vigoroso obstáculo entre os moneychangers e seu
objetivo, sem saber da doutrinação empreendida por Baruch, apoiou a
candidatura democrata de Wilson. Logo seriam traídos. Durante a campanha
presidencial, os democratas tiveram o cuidado de "fingir" que
oposicionavam a lei Aldrich. Vinte anos depois, o congressista Louis
McFadden, democrata da Pennsylvania, diria: "A lei Aldrich foi
abandonada no nascedouro quando Woodrow Wilson foi nomeado candidato à
presidência americana. Os líderes democratas prometeram à população que
se fossem guindados ao poder não estabeleceriam um banco central para controlar as finanças da nação.
Treze meses depois esta promessa foi quebrada e a nova administração do
presidente eleito Wilson, sob a égide das sinistras figuras de Wall
Street, estabeleceu a monárquica instituição do "banco do rei", nos
mesmos moldes do Banco da Inglaterra, para controlar integralmente o
sistema monetário dos Estados Unidos da América.
Após a eleição de Wilson, os magnatas J.P. Morgan, Warburg e Baruch apresentaram um novo projeto de lei, que Warburg denominou de Federal Reserve System.
O partido democrata ovacionou o projeto, apontando-o como radicalmente
diferente da lei Aldrich. Na realidade, a lei era praticamente idêntica
em quase todos os seus aspectos. E foi assim que, no dia 22 de dezembro
de 1913, às 11h da manhã, com um quorum ínfimo de apenas três senadores e apoiada pelo próprio presidente Woodrow Wilson, o Federal Reserve Act foi aprovado sem dissidências. Naquele mesmo dia, o congressista Lindbergh alertara: "Essa
lei estabelece um mastodôntico feudo monetário (money trust) na Terra.
Quando o presidente assiná-la, um governo invisível representado pelo
poder monetário será legalizado em nosso país. As pessoas podem não
perceber imediatamente, mas a verdade virá à tona no futuro. O pior
crime legislativo da História está sendo perpetrado por essa lei dos
banqueiros."
Esse verdadeiro ato de ganância e traição ao povo americano foi o resultado de uma longa batalha entre os moneychangers da Europa e os políticos americanos honestos. O sistema de fractional reserve lending
(empréstimo sem lastro) seria para sempre o desejo dos mercadores,
agiotas e usurários e efetivamente nunca mudou desde o início do
Renascimento quando começou a ser praticado. Outro ingrediente
fundamental dessa equação era a taxação do povo e que foi consagrada na
nova lei. A constituição americana, tal como foi redigida, não apenas
precluía o governo de editar quaisquer leis (essa prerrogativa cabia
somente ao congresso) como também vetava a imposição de quaisquer taxas
sobre a população. Apenas os estados podiam criar taxas e emolumentos,
como fora o desejo dos founding fathers. A curiosa coincidência é que apenas semanas antes da promulgação do Federal Reserve Act,
o congresso havia aprovado uma lei criando o imposto de renda. Até hoje
historiadores e estudiosos têm dúvidas se esta lei foi adequadamente
ratificada antes de entrar em vigor.
O modelo de banco central criado pelos moneychangers nos Estados Unidos, com fundamento no pioneiro Bank of England,
ganharia o mundo no século XX e hoje todos os países do planeta possuem
um banco central igual ou similar, baseado num sistema de impostos como
garantia do dinheiro que emprestam, a juros, aos governos de seus
próprios países, literalmente mantendo esses governos e a população
reféns de suas gananciosas políticas monetárias, expandindo e contraindo
o crédito como melhor lhes apraz. O líder inconteste dessa atividade é o
Fed americano, que "dita as regras" para seus congêneres em redor do mundo, mas o mecanismo é exatamente esse.
Como o Fed
é um banco privado, sua intenção primordial é criar grandes dívidas
junto ao governo e aplicar juros sobre elas e, como garantia de
pagamento, precisa de um sistema de impostos à prova de erros. Desde os
primórdios das atividades da família Rothschild na Europa que os moneychangers
sabiam que a única garantia real de recuperar os seus empréstimos a
reis, monarcas e governos era o direito do devedor de taxar a população.
Em
1895 a Suprema Corte americana considerou inconstitucional uma forma
similar de taxação do público. Mais uma vez o senador Aldrich veio em
socorro dos moneychangers e empreendeu vigoroso lobby no
congresso para provar que a nova taxação era necessária. E sucedeu. Seus
colegas congressistas acederam, sem se dar conta de que haviam votado o
"elo perdido" do tabuleiro de xadrez dos moneychangers em sua
jornada para dominar os Estados Unidos da América no século seguinte,
bem como o resto do mundo com seu conceito de "bancos centrais
privados".
Em
outubro de 1913 o senador Aldrich apresentou novo projeto de lei fiscal
no congresso, dando ao governo federal o direito de cobrar impostos, o
que era apenas permitido aos estados da união. Para os moneychangers
era essencial que o governo federal pudesse taxar a população, sob pena
de não conseguirem dar seguimento à estratégia de criação de dívidas
crescentes com aplicação de juros. Essa estratégia foi repetida em todos
os países do mundo durante o século XX até que todos se tornassem
devedores de seus bancos centrais e garantissem os empréstimos através
da cobrança de impostos ao público.
Revendo
a história do Vigésimo Século e a dos Estados Unidos em particular,
podemos observar claramente como a sombra gananciosa e sinistra dos
poderosos moneychangers manipula a agenda planetária até hoje. A
prática de financiar os dois lados de um conflito, por exemplo,
tornou-se uma de suas atividades regulares, opondo o capitalismo ao
comunismo e este ao socialismo, religiões contra religiões e raças
contra raças. Durante todo o século passado, os moneychangers, que não têm país, bandeira, hino ou deus, tiveram o controle em suas mãos.
Eles
financiavam um dos lados até que estivesse suficientemente forte e
pronto para uma guerra, depois financiavam o lado oposto e deixavam
ambos se destruírem até ficarem sem recursos. A solução para ambos os
oponentes saírem do fundo do poço em que se haviam atirado era criar
mais e mais impostos para satisfazer a ganância e a usura dos
argentários.10
Não é difícil pintar o quadro real desta fraude. O risco que os moneychangers corriam
era mínimo, pois os empréstimos que faziam eram apenas constituídos de
cédulas de papel criadas do nada, através do sistema do fractional reserve lending
(empréstimo sem lastro). A prática se tornou até mais fácil com o
advento dos computadores, que simplesmente adicionaram mais zeros às
operações. Os cidadãos dos países devedores eram a garantia dos
empréstimos enquanto continuavam a pagar seus impostos e estavam
submetidos às diretrizes de seus governos estabelecidos. Foi assim que
os moneychangers europeus ganharam controle sobre as inocentes massas da civilização do planeta e continuam a detê-lo na atualidade.
Para termos uma idéia da ativa participação dos moneychangers
na Primeira Grande Guerra (1914-1918) é preciso entender que o conflito
era essencialmente entre a Rússia e a Alemanha. A França e a Inglaterra
foram partícipes involuntários. Entretanto, ambos os países tinham
membros da família Rothschild no controle de seus bancos centrais,
mantendo-os reféns econômicos juntamente com suas colônias ultramarinas.
Os moneychangers insuflaram a guerra sob o pretexto da defesa
nacional, financiando todos os lados envolvidos até a exaustão física e
material. Depois de quatro anos de derramamento de sangue, os
argentários reuniram-se com todos os envolvidos e desenvolveram um
sistema de taxação para pagar as dívidas de guerra, que acabaria por
desencadear o surgimento do nazismo e a eclosão da II Guerra Mundial,
que funcionou da mesma forma.
A grande restrição creditícia imposta pelo Fed no
início dos anos 30 causou a quebra da bolsa novaiorquina de 1929, com
impacto em todo o mundo. O presidente Roosevelt acabou por falir a
economia americana ao ceder a todos os mandamentos dos moneychangers,
inclusive confiscando todo o ouro em poder do público e aplicando
severas sanções a quem não o entregasse. Foi assim que surgiu Fort Knox,
um dos grandes embustes americanos, famoso na literatura e no cinema
por guardar uma imensa fortuna em barras de ouro, mas, que, na
realidade, nunca foi auditado desde sua criação há mais de seis décadas e
suspeita-se que tenha pouco ou nenhum ouro guardado atualmente, que
teria sido enviado aos bancos europeus como garantia de empréstimos
feitos pelos argentários ao governo dos EUA.
Dez anos depois do crash, em 1939, todos os players de um lado e de outro do Atlântico estavam tão depauperados que uma nova guerra tornou-se iminente. Os moneychangers, principalmente através do Fed
americano, financiaram todos os lados e aguardaram a eclosão do
conflito. Até os nazistas receberam dinheiro deles. O projeto Manhattan,
que deu aos Estados Unidos a bomba atômica, foi o coup de gras
dos especuladores, viabilizando a emergência dos americanos como
primeira potência mundial mas também criou as condições essenciais para a
Guerra Fria entre os americanos e a União Soviética, mais um projeto de
alta lucratividade para os moneychangers nas décadas seguintes com a corrida armamentista bipolar.
A Guerra da Coréia (1950-1953) e do Vietnam (1959-1975) são exemplos das práticas do fractional reserve lending
praticada pelos bancos centrais para prover os governos de recursos
para custear os conflitos, então já sob controle global dos moneychangers.
O assassinato do presidente Kennedy em Dallas, Texas, em 1963, é uma
repetição das circunstâncias envolvendo a era de Jesus há 2.000 anos. No
dia 30.06.1963, Kennedy promulgou a Ordem Executiva número 11.110,
retirando do Fed o poder de emprestar dinheiro a juros ao governo federal norte-americano.
Com
uma canetada, o pres. Kennedy criou as condições para encerrar as
atividades do Banco Central americano. Essa ordem restaurou ao Depto. do
Tesouro o poder de emitir dinheiro sem passar pelo Fed e, portanto, sem cobrança de juros. O dólar deixou de ser nomeado Federal Reserve Note e passou a ser emitido como United States Note
e não seria mais emprestado ao governo, seria impresso por ele, sem
juros. Essa lei foi sua sentença de morte. Cinco meses depois, em
22.11.63, Kennedy foi assassinado em Dallas por Lee Oswald, que por sua
vez foi morto a tiros por Jack Ruby no dia em que daria seu primeiro
depoimento público sobre o caso. Jesus também confrontou os moneychangers
e o tribunal Sanhedrin do templo judeu revelando sua ganância monetária
e acabou morto. Diante da possibilidade de perder o controle das massas
e o direito de cobrar taxas e impostos, os moneychangers agem rápida e violentamente.
Alguém
ainda tem dúvida sobre a origem da atual crise econômica que assola o
planeta, iniciada com a retomada dos imóveis da categoria sub-prime
e depois com o desmantelamento da "bolha" de investimentos de Wall
Street, cujos efeitos irão impactar severamente todos os países do
mundo, lamentavelmente os mais pobres com mais crueldade? Fica fácil compreender o papel dos bancos centrais mundiais, liderados pelo Fed
em todas essas crises. Quem é mesmo que está emprestando cerca de US$
850 bilhões ao mercado nos EUA, injetando dinheiro nas empresas e nos
bancos? Ele mesmo, o Fed. Desta forma, expandindo e contraindo o
dinheiro em circulação no mercado, os bancos maiores retomam ativos e o
patrimônio das pessoas por uma bagatela e os revendem a preços
usurários. Milhões de pessoas e negócios vão à falência, perdem suas
casas e até a roupa do corpo, enquanto os moneychangers continuam sua opulenta trajetória de acumulação de dinheiro e poder.
Desconhecidas
pela grande maioria das pessoas no planeta, essas informações estão a
clamar uma decisão séria e definitiva da população diante desse cruel sistema de ganância e poder exercido por um pequeno grupo
há mais de 300 anos, em contrapartida aos ensinamentos de amor ao
próximo, irmandade e temor a Deus professados pela religião. Será que
somos suficientemente civilizados para tomar esta decisão de forma
adequada, quer individual ou coletivamente, para as futuras gerações? Ou
também nós, diante do dinheiro e de todas as oportunidades e do poder
que ele oferece, seremos tomados pela ganância e pela usura?
Uma
coisa é certa. A civilização contemporânea, tal como está estabelecida,
não subsistirá por muito mais tempo. Os problemas gerados pela cultura
do dinheiro, do lucro, da ganância e do individualismo já estão
destruindo a natureza do planeta de forma irreversível para os nossos
descendentes. Aí reside o cerne da delicada decisão que nossa
civilização terá que adotar, mais cedo ou mais tarde. Se não
enfrentarmos vigorosamente o embate milenar entre fortes X fracos e
ricos X pobres, buscando ascender a uma consciência coletiva mais humana
e amorosa e suprimindo os valores argentários, estaremos certamente
acelerando nosso caminho para o fim. É preciso que alcancemos sabedoria
através de um renascimento espiritual, se quisermos deitar o pavimento
para a sobrevivência das gerações futuras.
sábado, 21 de janeiro de 2012
O dia que Brizola chorou
Eu vi
Carlos Drummond de Andrade
(Jornal do Brasil, 15/05/80 - Caderno B - Pg. 1)
Vi um homem chorar porque lhe negram o direito de usar três letras do alfabeto para fins políticos. Vi uma mulher beber champanha(*) porque lhe deram esse dirteito negado ao outro.
Vi um homem rasgar o papel em que estavam escritas as três letras, que ele tanto amava. Como já vi amantes rasgarem retratos de suas amadas, na impossibilidade de rasgarem as próprias amadas.
Vi homicídios que não se praticaram mas que foram autênticos homicídios: o gesto no ar, sem conseqüência, testemunhava a intenção. Vi o poder dos dedos. Mesmo sem puxar o gatilho, mesmo sem gatilho a puxar, eles consumaram a morte em pensamento.
Vi a paixão em todas as suas cores. Envolta em diferentes vestes, adornada de complementos distintos, era o mesmo núcleo desesperado, a carne viva;
E vi danças festejando a derrota do adversário, e cantos e fogos. Vi o sentido ambíguo de toda festa. Há sempre uma antifesta ao lado, que não se faz sentir, e dói para dentro.
A política, vi as impurezas da política recobrindo sua pureza teórica. Ou o contrário.. Se ela é jogo, como pode ser pura... Se ela visa o bem geral, por que se nutre de combinações e até de fraudes.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
A Consciência Organizativa por Clodomir Morais (*)
Ex-organizador das Ligas Camponesas, ex-deputado e ex-exilado político, Clodomir Moraes foi homenageado por Lula e Dilma |
A pasta da Educação tocou ao ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), Cristovam Buarque. Ele, com enorme entusiasmo, tratou de difundir os alinhamentos de seu Plano Nacional de Educação. Para tanto, convidou colegas, alunos e amigos a uma reunião no auditório da Faculdade da Direito da UnB.
A convocatória foi decepcionante, já que os convidados não passaram de meia dúzia, entre eles um economista do IPEA, que Cristóvam apresentou como futuro titular e Pasta de Planejamento, e o ilustre baiano Bautista Vidal, pai do “dendiesel”, que ocuparia a pasta de ministro da Ciência e Tecnologia.
Depois de meia hora de espera, o professor Cristovam Buarque tomou a palavra e explicou, em linhas gerais, o seu plano Nacional de Educação, com sua proverbial eloqüência aliada à sua capacidade – dir-se-ia “darcy-ribeiriana” de criar idéias novas.
Por não dispor da platéia desejada, a reunião durou apenas meia hora tempo suficiente para o conferencista explicar resumidamente as linhas mestras do Plano de Educação, que, no seu entender, seria o “carro-chefe” do “governo paralelo” do PT.
O fracasso da convocatória inibiu os interlocutores e estes de limitaram a perguntas sobre o plano e nenhuma sobre o Governo Paralelo.
Apesar de algum colega achar bisonho esse tipo de governo proposto, eu o enalteci, desde que não ficasse limitado à esfera federal de uma dúzia de ministros, mas, ao contrário, que essa estrutura administrativa do PT fosse decalcada nos Estados e municípios.
Ora, se o PT derrotado criasse governos paralelos nos níveis federal, estadual e municipal, o partido teria submetido, pelo menos, sessenta mil dos seus militantes, em todo o nosso país, à experiência rela de estudo, proselitismo político e da prática da administração, durante todo um quadriênio. Teria sido a estruturação de uma enorme e complexa andaimaria político-organizativa com que o PT estaria pronto para vencer a eleição presidencial seguinte.
Essa idéia, porém, teve a menor simpatia e nenhuma, não obstante muitos dos dirigentes terem claro que essa dimensão de sua prática real de “atividade objetivada”, em dimensão nacional, estadual e municipal, seria a forma mais eficiente de capacitar o “sujeito-social”, o partido, e concomitantemente seus militantes.
Daí que o “Governo Paralelo” foi morto e sepultado no seu nascedouro, pelo fato de se afigurar demasiado complexo para dirigentes e dirigidos do partido.
Ambos, partidos e partidários, em linguagem “freiriana”, já haviam transcendido a “consciência critica”, caracterizada pelo questionamento, e o protesto como norma e como catarse.
Este rumo à oposição sistemática, à intolerância, à crítica pela crítica, servia apenas para retardar o surgimento da “Consciência Organizativa”. Nisso residia a incapacidade de viabilizar seu jornal diário orientador dos militantes, não obstante poder contar com anúncios de prefeituras arquimilionárias como as de São Paulo, as do ABCD, as do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Santos, Campinas etc etc.
Para a oposição mexicana pôr baixo o monopólio do setuagenário e poderoso PRI, a pequena-burguesia intelectual, durante em década, jogou nas bancas de jornais de todo o país quatro diários: Uno más Uno, Milenio, Financeiro, La Jornada.
Aqui os petistas não puderam editar além de um semanário, o de Plínio de Arruda Sampaio, Correio da Cidadania, de apenas uma dúzia de páginas.
Como para os petistas tudo começou com Lula, poucos sabem que o PC de Prestes, mesmo proscrito, editou regularmente seis diários durante oito anos: o Tribuna de Porto Alegre, o Hoje de São Paulo, o Tribuna Popular do Rio, o Momento de Salvador, Folha do Povo de Recife, e o Democrata de Fortaleza.
É a aversão que os “desclassados”, os da “galera”, os da produção individual familiar e os artesãos em geral manifestam contra complexas estruturas de produção e atividades sociais.
Sempre preferem girar tão somente em torno do individualismo, do líder. Constatou-se essa aversão no episódio do “natimorto” “Governo Paralelo” e na incapacidade dos petistas repetirem as sagas dos jornalistas Assis Chateaubriand e Samuel Wainer.
A mais eloqüente constatação dessa ojeriza à estrutura complexa de organização reapareceu na semana seguinte à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dado que o seu discurso de posse suscitava o medo de intervenção gringa, alguns estudantes, operários e funcionários públicos de Ji-Paraná, a cidade industrial de Rondônia, elaboraram um manifesto de criação de Comitês de Defesa do Governo Lula, Codegol, que deveriam ser organizados em cada município, bairro e povoado de todo o país.
Esta iniciativa também morreu no nascedouro, pois nem mesmo o prefeito petista da maior cidade industrial de Rondônia, Ji-Paraná quis encabeçar a lista de adesões àquele manifesto.
Era a psicossocial alergia às estruturas organizativas complexas e de dimensões nacionais. Para esse tipo de alérgicos basta o individuo nada de organização.
Dessa arte, o Lula vai ser reeleito, (apesar do partido), quanta vezes queira.
(*)Clodomir Morais,80,PHD em Sociologia da Organização pela Universidade de Rostock, Alemanha. Durante 20 anos foi consultor de Agencias da ONU. Atualmente colabora com Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Rondônia, UNIR.
domingo, 25 de julho de 2010
Idosos serão 25 milhões em 2020
Projeções oficiais indicam que em 2020, os idosos brasileiros chegarão a 25 milhões – 15 milhões de mulheres – numa população de 219,1 milhões. Eles representarão 11,4% da população. Em 2002, o País tinha 16.022.231 de pessoas com 60 anos ou mais representando 9,3% da população, e 56,0% deles eram mulheres. Em 2002, os idosos representavam 10,2% da população do Sudeste, 10,0% da população do Sul, 9,3% da população do Norte, 8,9% da população nordestina e 7,2% da do Centro-Oeste. Embora nos países da Europa esse envelhecimento tenha ocorrido devido às melhorias médico-sanitárias, no Brasil, para a maioria da população, tais condições estão longe de ocorrer. Em 2002, 43% dos idosos tinham rendimento familiar per capita inferior a um salário mínimo. Em números absolutos, 4.870.336 pessoas com 60 anos ou mais (30,4% do total de idosos) estavam ocupadas em 2002.
Agora veja esses quadros referentes a 1991:
Em 2002, o Brasil tinha 12.445.563 aposentados ou pensionistas, ou 77,7% do total de idosos. O nível educacional das pessoas de 60 anos ou mais, embora baixo, vem aumentando: enquanto 48,2% dos idosos com 75 anos ou mais tinham um ano de estudo ou menos, entre os de 60 a 64 anos, o percentual caía para 30,5%. Entre os idosos, 12,1% moravam sozinhos, 24,8% moravam com filhos ou parentes, 24,9% viviam com seus cônjuges, mas sem filhos, e 37,9% moravam com os cônjuges e com filhos ou outros parentes. Quase 65% dos idosos eram a pessoa de referência de suas famílias.
Agora veja esses quadros referentes a 1991:
Em 2002, o Brasil tinha 12.445.563 aposentados ou pensionistas, ou 77,7% do total de idosos. O nível educacional das pessoas de 60 anos ou mais, embora baixo, vem aumentando: enquanto 48,2% dos idosos com 75 anos ou mais tinham um ano de estudo ou menos, entre os de 60 a 64 anos, o percentual caía para 30,5%. Entre os idosos, 12,1% moravam sozinhos, 24,8% moravam com filhos ou parentes, 24,9% viviam com seus cônjuges, mas sem filhos, e 37,9% moravam com os cônjuges e com filhos ou outros parentes. Quase 65% dos idosos eram a pessoa de referência de suas famílias.
Pesquisa mostra que população idosa contribui com 54% da renda familiar
As pessoas com 60 anos ou mais são 9,6% da população, mas há pelo menos um idoso em 25% dos lares brasileiros. Nessas famílias, em geral constituídas também por filhos e até netos, os idosos contribuem, em média, com 54% do orçamento familiar. Os dados são da demógrafa Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que discutiu os gastos públicos com pessoas da terceira idade.
"Os idosos têm sido vistos como grandes beneficiados por gastos públicos. Mas o debate não leva em consideração a transferência da renda do idoso para filhos e netos, que tem um efeito multiplicador importante nesses 25% de famílias que vivem com pelo menos um idoso. Nessas famílias, mais do que contribuindo com o orçamento familiar, a renda do idoso leva a que menos crianças trabalhem e freqüentem mais a escola", disse Ana Amélia. Ela lembrou que a aposentadoria rural e o piso de um salário mínimo para aposentadorias e pensões, instituídos na Constituição de 1988, foram decisivos para a melhora da renda dos idosos.
Ana Amélia é autora do livro "Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60?", lançado ontem durante seminário com o mesmo nome. Com base em dados do IBGE e do banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a demógrafa traça um perfil dos idosos brasileiros e discute o futuro da população em um país como o Brasil, em que o envelhecimento da população tem acontecido em ritmo acelerado, em conseqüência da queda das taxas de natalidade e de mortalidade.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2003, divulgada pelo IBGE, aponta uma população de 16,7 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, 7,3 milhões homens e 9,3 milhões mulheres. Mostra ainda que os idosos eram 6,4% da população em 1981, passaram para 8% em 1993 e chegaram aos atuais 9,6%.
Autonomia
Diante do fato de que o brasileiro está vivendo mais e haverá cada vez mais idosos, é preciso pensar na qualidade de vida desta população, recomenda a pesquisadora. Ela citou como motivo de preocupação o fato de que "40% do tempo vivido pelos idosos brasileiros se dão sem saúde". O desafio, segundo ela, é adiar as doenças que limitam a autonomia.
O geriatra Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembrou que fundamental para o idoso não é estar livre de qualquer doença, porque as enfermidades sempre aparecem nos mais velhos, mas manter a autonomia e a "funcionalidade". Ramos ressaltou que uma vida saudável na terceira idade depende de cuidados bem antes disso.
"Atitudes aos 20, 30 ou 40 anos são determinantes da saúde aos 70", diz o médico. "O importante é viver muito com funcionalidade e a funcionalidade ainda não está garantida para os idosos brasileiros."
No livro, Ana Amélia mostra que uma em cada cinco mulheres idosas vive em casa de parentes e que 18,5% não têm renda.
Na população idosa feminina, 17,1% não têm autonomia para lidar com as atividades do cotidiano e 8,3% não enxergam. Entre os homens idosos, as proporções são um pouco menores: 13,3% não são autônomos para atividades do cotidiano e 7,4% não enxergam.
"Os idosos têm sido vistos como grandes beneficiados por gastos públicos. Mas o debate não leva em consideração a transferência da renda do idoso para filhos e netos, que tem um efeito multiplicador importante nesses 25% de famílias que vivem com pelo menos um idoso. Nessas famílias, mais do que contribuindo com o orçamento familiar, a renda do idoso leva a que menos crianças trabalhem e freqüentem mais a escola", disse Ana Amélia. Ela lembrou que a aposentadoria rural e o piso de um salário mínimo para aposentadorias e pensões, instituídos na Constituição de 1988, foram decisivos para a melhora da renda dos idosos.
Ana Amélia é autora do livro "Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60?", lançado ontem durante seminário com o mesmo nome. Com base em dados do IBGE e do banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a demógrafa traça um perfil dos idosos brasileiros e discute o futuro da população em um país como o Brasil, em que o envelhecimento da população tem acontecido em ritmo acelerado, em conseqüência da queda das taxas de natalidade e de mortalidade.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2003, divulgada pelo IBGE, aponta uma população de 16,7 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, 7,3 milhões homens e 9,3 milhões mulheres. Mostra ainda que os idosos eram 6,4% da população em 1981, passaram para 8% em 1993 e chegaram aos atuais 9,6%.
Autonomia
Diante do fato de que o brasileiro está vivendo mais e haverá cada vez mais idosos, é preciso pensar na qualidade de vida desta população, recomenda a pesquisadora. Ela citou como motivo de preocupação o fato de que "40% do tempo vivido pelos idosos brasileiros se dão sem saúde". O desafio, segundo ela, é adiar as doenças que limitam a autonomia.
O geriatra Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembrou que fundamental para o idoso não é estar livre de qualquer doença, porque as enfermidades sempre aparecem nos mais velhos, mas manter a autonomia e a "funcionalidade". Ramos ressaltou que uma vida saudável na terceira idade depende de cuidados bem antes disso.
"Atitudes aos 20, 30 ou 40 anos são determinantes da saúde aos 70", diz o médico. "O importante é viver muito com funcionalidade e a funcionalidade ainda não está garantida para os idosos brasileiros."
No livro, Ana Amélia mostra que uma em cada cinco mulheres idosas vive em casa de parentes e que 18,5% não têm renda.
Na população idosa feminina, 17,1% não têm autonomia para lidar com as atividades do cotidiano e 8,3% não enxergam. Entre os homens idosos, as proporções são um pouco menores: 13,3% não são autônomos para atividades do cotidiano e 7,4% não enxergam.
Aposentadoria mais distante
Nova tábua de expectativa de vida altera tabela de aplicação do fator previdenciário no INSS e aumenta o tempo de contribuição.
O IBGE divulgou a nova tábua de expectativa de vida do brasileiro. O indicador tem influência na aplicação do fator previdenciário, usado no cálculo da aposentadoria. Com o fator, quanto maior a expectativa de vida, mais tempo o trabalhador leva para se aposentar – para não ter o benefício reduzido.
A esperança de vida subiu para 71,3 anos em 2003, contra 70,5 anos em 2000. Essa elevação, em relação ao ano passado, por exemplo, vai exigir que uma pessoa tenha que trabalhar (ou contribuir) mais 25 dias para manter o valor da aposentadoria que receberia conforme a antiga tabela do fator. A novidade vale a partir de hoje.
Especialistas afirmam que a aplicação do fator previdenciário atinge, principalmente, as mulheres e trabalhadores mais pobres e menos especializados. Isso porque a maioria não consegue emprego estável após os 50 anos. A principal crítica é que a aplicação do fator não é mais grave em relação ao tempo de contribuição, mas na redução do valor do benefício.
O caminho para se chegar ao benefício reduzido é tortuoso. Primeiro, pegam-se 80% do período de contribuição previdenciária. Em seguida, destacam-se os maiores valores de contribuição. Tira-se daí a média simples desses valores. O resultado deve ser multiplicado pelo fator previdenciário. Mas o cálculo do fator tem variáveis: tempo de contribuição previdenciária, alíquota de contribuição, expectativa de sobrevida à época da aposentadoria e idade no ato do pedido do benefício.
Professora perde mais
Há casos em que as perdas chegam a 40% do benefício, exigindo mais 20 anos de contribuição
A tábua de expectativa de vida do IBGE, instituída no ano passado e que deixou de valer ontem, havia incorporado, pela primeira vez, os dados do Censo de 2000. Analistas afirmam que, apesar de a Constituição fixar o tempo de contribuição de 30 anos para mulheres, com a criação do fator previdenciário, elas terão que trabalhar mais para se aposentar com fator igual a 1 (a fim de receber o benefício integral correspondente à média de suas contribuições à Previdência Social).
Eles exemplificam: uma trabalhadora que ingressou no INSS após 22 anos, aos 52 já teria condições de se aposentar. O fator previdenciário, no entanto, reduziu o benefício dela em quase 30%. Na verdade, terá que trabalhar mais cinco anos para chegar a esse valor.
No caso das professoras, com direito à aposentadoria especial após 25 anos de contribuição, a redução é ainda maior. Se, como no exemplo anterior, a professora começa a trabalhar e a contribuir para a Previdência aos 22 anos, aos 47 ela poderia requerer o benefício. Mas com perda de 40%. Para recuperá-la, teria que contribuir por mais 20 anos a fim de receber o benefício integral.
Redução média chega a 16,22% na aposentadoria
O procurador da República Carlos Henrique Martins Lima ajuizou há um mês ação civil pública que pede concessão de liminar para determinar à União e ao INSS a revisão de todos os benefícios de aposentadoria – por tempo de contribuição e por idade – requeridos depois da utilização da nova tábua de mortalidade. A ação é decorrente de denúncia feita em representação do deputado federal Sérgio Miranda (PCdoB-MG).
O consultor legislativo Valter Oda elaborou um estudo a pedido do parlamentar. Segundo ele, a aplicação da tábua de sobrevida do IBGE sob a nova metodologia ao fator previdenciário elevou a expectativa de vida em 20,51%, dando um salto que ainda não havia sido observado nos anos anteriores. Com isso, a redução média na renda do benefício é de 16,22%.
O IBGE divulgou a nova tábua de expectativa de vida do brasileiro. O indicador tem influência na aplicação do fator previdenciário, usado no cálculo da aposentadoria. Com o fator, quanto maior a expectativa de vida, mais tempo o trabalhador leva para se aposentar – para não ter o benefício reduzido.
A esperança de vida subiu para 71,3 anos em 2003, contra 70,5 anos em 2000. Essa elevação, em relação ao ano passado, por exemplo, vai exigir que uma pessoa tenha que trabalhar (ou contribuir) mais 25 dias para manter o valor da aposentadoria que receberia conforme a antiga tabela do fator. A novidade vale a partir de hoje.
Especialistas afirmam que a aplicação do fator previdenciário atinge, principalmente, as mulheres e trabalhadores mais pobres e menos especializados. Isso porque a maioria não consegue emprego estável após os 50 anos. A principal crítica é que a aplicação do fator não é mais grave em relação ao tempo de contribuição, mas na redução do valor do benefício.
O caminho para se chegar ao benefício reduzido é tortuoso. Primeiro, pegam-se 80% do período de contribuição previdenciária. Em seguida, destacam-se os maiores valores de contribuição. Tira-se daí a média simples desses valores. O resultado deve ser multiplicado pelo fator previdenciário. Mas o cálculo do fator tem variáveis: tempo de contribuição previdenciária, alíquota de contribuição, expectativa de sobrevida à época da aposentadoria e idade no ato do pedido do benefício.
Professora perde mais
Há casos em que as perdas chegam a 40% do benefício, exigindo mais 20 anos de contribuição
A tábua de expectativa de vida do IBGE, instituída no ano passado e que deixou de valer ontem, havia incorporado, pela primeira vez, os dados do Censo de 2000. Analistas afirmam que, apesar de a Constituição fixar o tempo de contribuição de 30 anos para mulheres, com a criação do fator previdenciário, elas terão que trabalhar mais para se aposentar com fator igual a 1 (a fim de receber o benefício integral correspondente à média de suas contribuições à Previdência Social).
Eles exemplificam: uma trabalhadora que ingressou no INSS após 22 anos, aos 52 já teria condições de se aposentar. O fator previdenciário, no entanto, reduziu o benefício dela em quase 30%. Na verdade, terá que trabalhar mais cinco anos para chegar a esse valor.
No caso das professoras, com direito à aposentadoria especial após 25 anos de contribuição, a redução é ainda maior. Se, como no exemplo anterior, a professora começa a trabalhar e a contribuir para a Previdência aos 22 anos, aos 47 ela poderia requerer o benefício. Mas com perda de 40%. Para recuperá-la, teria que contribuir por mais 20 anos a fim de receber o benefício integral.
Redução média chega a 16,22% na aposentadoria
O procurador da República Carlos Henrique Martins Lima ajuizou há um mês ação civil pública que pede concessão de liminar para determinar à União e ao INSS a revisão de todos os benefícios de aposentadoria – por tempo de contribuição e por idade – requeridos depois da utilização da nova tábua de mortalidade. A ação é decorrente de denúncia feita em representação do deputado federal Sérgio Miranda (PCdoB-MG).
O consultor legislativo Valter Oda elaborou um estudo a pedido do parlamentar. Segundo ele, a aplicação da tábua de sobrevida do IBGE sob a nova metodologia ao fator previdenciário elevou a expectativa de vida em 20,51%, dando um salto que ainda não havia sido observado nos anos anteriores. Com isso, a redução média na renda do benefício é de 16,22%.
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