Projeções oficiais indicam que em 2020, os idosos brasileiros chegarão a 25 milhões – 15 milhões de mulheres – numa população de 219,1 milhões. Eles representarão 11,4% da população. Em 2002, o País tinha 16.022.231 de pessoas com 60 anos ou mais representando 9,3% da população, e 56,0% deles eram mulheres. Em 2002, os idosos representavam 10,2% da população do Sudeste, 10,0% da população do Sul, 9,3% da população do Norte, 8,9% da população nordestina e 7,2% da do Centro-Oeste. Embora nos países da Europa esse envelhecimento tenha ocorrido devido às melhorias médico-sanitárias, no Brasil, para a maioria da população, tais condições estão longe de ocorrer. Em 2002, 43% dos idosos tinham rendimento familiar per capita inferior a um salário mínimo. Em números absolutos, 4.870.336 pessoas com 60 anos ou mais (30,4% do total de idosos) estavam ocupadas em 2002.
Agora veja esses quadros referentes a 1991:
Em 2002, o Brasil tinha 12.445.563 aposentados ou pensionistas, ou 77,7% do total de idosos. O nível educacional das pessoas de 60 anos ou mais, embora baixo, vem aumentando: enquanto 48,2% dos idosos com 75 anos ou mais tinham um ano de estudo ou menos, entre os de 60 a 64 anos, o percentual caía para 30,5%. Entre os idosos, 12,1% moravam sozinhos, 24,8% moravam com filhos ou parentes, 24,9% viviam com seus cônjuges, mas sem filhos, e 37,9% moravam com os cônjuges e com filhos ou outros parentes. Quase 65% dos idosos eram a pessoa de referência de suas famílias.
"O respeito pelo passado, eis o traço que distingue a instrução da barbárie; as tribos nômades não possuem nem história, nem nobreza." Alexander Puschkine
domingo, 25 de julho de 2010
Pesquisa mostra que população idosa contribui com 54% da renda familiar
As pessoas com 60 anos ou mais são 9,6% da população, mas há pelo menos um idoso em 25% dos lares brasileiros. Nessas famílias, em geral constituídas também por filhos e até netos, os idosos contribuem, em média, com 54% do orçamento familiar. Os dados são da demógrafa Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que discutiu os gastos públicos com pessoas da terceira idade.
"Os idosos têm sido vistos como grandes beneficiados por gastos públicos. Mas o debate não leva em consideração a transferência da renda do idoso para filhos e netos, que tem um efeito multiplicador importante nesses 25% de famílias que vivem com pelo menos um idoso. Nessas famílias, mais do que contribuindo com o orçamento familiar, a renda do idoso leva a que menos crianças trabalhem e freqüentem mais a escola", disse Ana Amélia. Ela lembrou que a aposentadoria rural e o piso de um salário mínimo para aposentadorias e pensões, instituídos na Constituição de 1988, foram decisivos para a melhora da renda dos idosos.
Ana Amélia é autora do livro "Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60?", lançado ontem durante seminário com o mesmo nome. Com base em dados do IBGE e do banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a demógrafa traça um perfil dos idosos brasileiros e discute o futuro da população em um país como o Brasil, em que o envelhecimento da população tem acontecido em ritmo acelerado, em conseqüência da queda das taxas de natalidade e de mortalidade.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2003, divulgada pelo IBGE, aponta uma população de 16,7 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, 7,3 milhões homens e 9,3 milhões mulheres. Mostra ainda que os idosos eram 6,4% da população em 1981, passaram para 8% em 1993 e chegaram aos atuais 9,6%.
Autonomia
Diante do fato de que o brasileiro está vivendo mais e haverá cada vez mais idosos, é preciso pensar na qualidade de vida desta população, recomenda a pesquisadora. Ela citou como motivo de preocupação o fato de que "40% do tempo vivido pelos idosos brasileiros se dão sem saúde". O desafio, segundo ela, é adiar as doenças que limitam a autonomia.
O geriatra Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembrou que fundamental para o idoso não é estar livre de qualquer doença, porque as enfermidades sempre aparecem nos mais velhos, mas manter a autonomia e a "funcionalidade". Ramos ressaltou que uma vida saudável na terceira idade depende de cuidados bem antes disso.
"Atitudes aos 20, 30 ou 40 anos são determinantes da saúde aos 70", diz o médico. "O importante é viver muito com funcionalidade e a funcionalidade ainda não está garantida para os idosos brasileiros."
No livro, Ana Amélia mostra que uma em cada cinco mulheres idosas vive em casa de parentes e que 18,5% não têm renda.
Na população idosa feminina, 17,1% não têm autonomia para lidar com as atividades do cotidiano e 8,3% não enxergam. Entre os homens idosos, as proporções são um pouco menores: 13,3% não são autônomos para atividades do cotidiano e 7,4% não enxergam.
"Os idosos têm sido vistos como grandes beneficiados por gastos públicos. Mas o debate não leva em consideração a transferência da renda do idoso para filhos e netos, que tem um efeito multiplicador importante nesses 25% de famílias que vivem com pelo menos um idoso. Nessas famílias, mais do que contribuindo com o orçamento familiar, a renda do idoso leva a que menos crianças trabalhem e freqüentem mais a escola", disse Ana Amélia. Ela lembrou que a aposentadoria rural e o piso de um salário mínimo para aposentadorias e pensões, instituídos na Constituição de 1988, foram decisivos para a melhora da renda dos idosos.
Ana Amélia é autora do livro "Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60?", lançado ontem durante seminário com o mesmo nome. Com base em dados do IBGE e do banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a demógrafa traça um perfil dos idosos brasileiros e discute o futuro da população em um país como o Brasil, em que o envelhecimento da população tem acontecido em ritmo acelerado, em conseqüência da queda das taxas de natalidade e de mortalidade.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2003, divulgada pelo IBGE, aponta uma população de 16,7 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, 7,3 milhões homens e 9,3 milhões mulheres. Mostra ainda que os idosos eram 6,4% da população em 1981, passaram para 8% em 1993 e chegaram aos atuais 9,6%.
Autonomia
Diante do fato de que o brasileiro está vivendo mais e haverá cada vez mais idosos, é preciso pensar na qualidade de vida desta população, recomenda a pesquisadora. Ela citou como motivo de preocupação o fato de que "40% do tempo vivido pelos idosos brasileiros se dão sem saúde". O desafio, segundo ela, é adiar as doenças que limitam a autonomia.
O geriatra Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembrou que fundamental para o idoso não é estar livre de qualquer doença, porque as enfermidades sempre aparecem nos mais velhos, mas manter a autonomia e a "funcionalidade". Ramos ressaltou que uma vida saudável na terceira idade depende de cuidados bem antes disso.
"Atitudes aos 20, 30 ou 40 anos são determinantes da saúde aos 70", diz o médico. "O importante é viver muito com funcionalidade e a funcionalidade ainda não está garantida para os idosos brasileiros."
No livro, Ana Amélia mostra que uma em cada cinco mulheres idosas vive em casa de parentes e que 18,5% não têm renda.
Na população idosa feminina, 17,1% não têm autonomia para lidar com as atividades do cotidiano e 8,3% não enxergam. Entre os homens idosos, as proporções são um pouco menores: 13,3% não são autônomos para atividades do cotidiano e 7,4% não enxergam.
Aposentadoria mais distante
Nova tábua de expectativa de vida altera tabela de aplicação do fator previdenciário no INSS e aumenta o tempo de contribuição.
O IBGE divulgou a nova tábua de expectativa de vida do brasileiro. O indicador tem influência na aplicação do fator previdenciário, usado no cálculo da aposentadoria. Com o fator, quanto maior a expectativa de vida, mais tempo o trabalhador leva para se aposentar – para não ter o benefício reduzido.
A esperança de vida subiu para 71,3 anos em 2003, contra 70,5 anos em 2000. Essa elevação, em relação ao ano passado, por exemplo, vai exigir que uma pessoa tenha que trabalhar (ou contribuir) mais 25 dias para manter o valor da aposentadoria que receberia conforme a antiga tabela do fator. A novidade vale a partir de hoje.
Especialistas afirmam que a aplicação do fator previdenciário atinge, principalmente, as mulheres e trabalhadores mais pobres e menos especializados. Isso porque a maioria não consegue emprego estável após os 50 anos. A principal crítica é que a aplicação do fator não é mais grave em relação ao tempo de contribuição, mas na redução do valor do benefício.
O caminho para se chegar ao benefício reduzido é tortuoso. Primeiro, pegam-se 80% do período de contribuição previdenciária. Em seguida, destacam-se os maiores valores de contribuição. Tira-se daí a média simples desses valores. O resultado deve ser multiplicado pelo fator previdenciário. Mas o cálculo do fator tem variáveis: tempo de contribuição previdenciária, alíquota de contribuição, expectativa de sobrevida à época da aposentadoria e idade no ato do pedido do benefício.
Professora perde mais
Há casos em que as perdas chegam a 40% do benefício, exigindo mais 20 anos de contribuição
A tábua de expectativa de vida do IBGE, instituída no ano passado e que deixou de valer ontem, havia incorporado, pela primeira vez, os dados do Censo de 2000. Analistas afirmam que, apesar de a Constituição fixar o tempo de contribuição de 30 anos para mulheres, com a criação do fator previdenciário, elas terão que trabalhar mais para se aposentar com fator igual a 1 (a fim de receber o benefício integral correspondente à média de suas contribuições à Previdência Social).
Eles exemplificam: uma trabalhadora que ingressou no INSS após 22 anos, aos 52 já teria condições de se aposentar. O fator previdenciário, no entanto, reduziu o benefício dela em quase 30%. Na verdade, terá que trabalhar mais cinco anos para chegar a esse valor.
No caso das professoras, com direito à aposentadoria especial após 25 anos de contribuição, a redução é ainda maior. Se, como no exemplo anterior, a professora começa a trabalhar e a contribuir para a Previdência aos 22 anos, aos 47 ela poderia requerer o benefício. Mas com perda de 40%. Para recuperá-la, teria que contribuir por mais 20 anos a fim de receber o benefício integral.
Redução média chega a 16,22% na aposentadoria
O procurador da República Carlos Henrique Martins Lima ajuizou há um mês ação civil pública que pede concessão de liminar para determinar à União e ao INSS a revisão de todos os benefícios de aposentadoria – por tempo de contribuição e por idade – requeridos depois da utilização da nova tábua de mortalidade. A ação é decorrente de denúncia feita em representação do deputado federal Sérgio Miranda (PCdoB-MG).
O consultor legislativo Valter Oda elaborou um estudo a pedido do parlamentar. Segundo ele, a aplicação da tábua de sobrevida do IBGE sob a nova metodologia ao fator previdenciário elevou a expectativa de vida em 20,51%, dando um salto que ainda não havia sido observado nos anos anteriores. Com isso, a redução média na renda do benefício é de 16,22%.
O IBGE divulgou a nova tábua de expectativa de vida do brasileiro. O indicador tem influência na aplicação do fator previdenciário, usado no cálculo da aposentadoria. Com o fator, quanto maior a expectativa de vida, mais tempo o trabalhador leva para se aposentar – para não ter o benefício reduzido.
A esperança de vida subiu para 71,3 anos em 2003, contra 70,5 anos em 2000. Essa elevação, em relação ao ano passado, por exemplo, vai exigir que uma pessoa tenha que trabalhar (ou contribuir) mais 25 dias para manter o valor da aposentadoria que receberia conforme a antiga tabela do fator. A novidade vale a partir de hoje.
Especialistas afirmam que a aplicação do fator previdenciário atinge, principalmente, as mulheres e trabalhadores mais pobres e menos especializados. Isso porque a maioria não consegue emprego estável após os 50 anos. A principal crítica é que a aplicação do fator não é mais grave em relação ao tempo de contribuição, mas na redução do valor do benefício.
O caminho para se chegar ao benefício reduzido é tortuoso. Primeiro, pegam-se 80% do período de contribuição previdenciária. Em seguida, destacam-se os maiores valores de contribuição. Tira-se daí a média simples desses valores. O resultado deve ser multiplicado pelo fator previdenciário. Mas o cálculo do fator tem variáveis: tempo de contribuição previdenciária, alíquota de contribuição, expectativa de sobrevida à época da aposentadoria e idade no ato do pedido do benefício.
Professora perde mais
Há casos em que as perdas chegam a 40% do benefício, exigindo mais 20 anos de contribuição
A tábua de expectativa de vida do IBGE, instituída no ano passado e que deixou de valer ontem, havia incorporado, pela primeira vez, os dados do Censo de 2000. Analistas afirmam que, apesar de a Constituição fixar o tempo de contribuição de 30 anos para mulheres, com a criação do fator previdenciário, elas terão que trabalhar mais para se aposentar com fator igual a 1 (a fim de receber o benefício integral correspondente à média de suas contribuições à Previdência Social).
Eles exemplificam: uma trabalhadora que ingressou no INSS após 22 anos, aos 52 já teria condições de se aposentar. O fator previdenciário, no entanto, reduziu o benefício dela em quase 30%. Na verdade, terá que trabalhar mais cinco anos para chegar a esse valor.
No caso das professoras, com direito à aposentadoria especial após 25 anos de contribuição, a redução é ainda maior. Se, como no exemplo anterior, a professora começa a trabalhar e a contribuir para a Previdência aos 22 anos, aos 47 ela poderia requerer o benefício. Mas com perda de 40%. Para recuperá-la, teria que contribuir por mais 20 anos a fim de receber o benefício integral.
Redução média chega a 16,22% na aposentadoria
O procurador da República Carlos Henrique Martins Lima ajuizou há um mês ação civil pública que pede concessão de liminar para determinar à União e ao INSS a revisão de todos os benefícios de aposentadoria – por tempo de contribuição e por idade – requeridos depois da utilização da nova tábua de mortalidade. A ação é decorrente de denúncia feita em representação do deputado federal Sérgio Miranda (PCdoB-MG).
O consultor legislativo Valter Oda elaborou um estudo a pedido do parlamentar. Segundo ele, a aplicação da tábua de sobrevida do IBGE sob a nova metodologia ao fator previdenciário elevou a expectativa de vida em 20,51%, dando um salto que ainda não havia sido observado nos anos anteriores. Com isso, a redução média na renda do benefício é de 16,22%.
A realidade dos aposentados no mundo (dados de 1999)
A ONU declarou 1999 Ano Internacional dos Idosos. estimando que haveria aproximadamente 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade em todo o mundo no ano 2000.
Projeta-se hoje que o planeta viverá, nos próximos anos, uma verdadeira explosão de seu número de idosos.
De acordo com projeções estatísticas da Organização, em 1950 havia aproximadamente 200 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais ao redor do planeta. Em 1975, este número aumentou para 350 milhões. A projeções para o ano 2000 indicavam que haveria 590 milhões de idosos no mundo, e que, até o ano 2025, eles serão mais de 1,1 bilhão, o que representa um aumento de 224% desde 1975. Para se ter uma idéia da proporção do envelhecimento populacional, vale lembrar que, durante o mesmo período, a população mundial deverá crescer de 4,1 bilhões para 8,2 bilhões, ou seja, um aumento de 102%. Daqui a 45 anos, afirmam as Nações Unidas, os idosos constituirão 13,7% do total da população do planeta.
O problema é ainda mais agudo nos países em desenvolvimento, onde, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), estarão vivendo, daqui a 25 anos, três quartos dos idosos do mundo.
O risco, adverte a UNESCO, é que se desenvolva uma espécie de apartheid entre idosos e a população economicamente ativa, que poderá passar a encarar os mais velhos como pessoas financeiramente dependentes, como uma carga econômica. Os Estados não garantem cuidados básicos, as estruturas familiares tradicionais estão entrando em colapso, e os esquemas privados de ajuda e previdência são poucos. Apesar disso, nenhum movimento foi feito até agora nestes países para desativar esta bomba relógio demográfica.
Um dos aspectos mais marcantes da chamada revolução da longevidade é o aumento do grupo classificado por especialistas como "os mais idosos". A versão de 1998 do documento "Estimativas de População Oficiais das Nações Unidas" fornece as primeiras projeções específicas das características demográficas deste grupo, formado por pessoas com 80 anos de idade ou mais.
O documento estimou, pela primeira vez, o número de octogenários, nonagenários e centenários em todas as partes do mundo.
Em 1998, de acordo com as estatísticas, havia 66 milhões de pessoas com 80
anos ou mais no planeta. Este número deverá crescer mais de seis vezes até 2050, quando, segundo as projeções, atingirá cerca de 370 milhões de pessoas.De acordo com as estatísticas reunidas pela ONU, aqueles com 80 anos de idade ou mais ainda constituem uma pequena parcela da população mundial: apenas 1,1%. Apesar disto, afirma a Divisão de População das Nações Unidas é este o grupo populacional que cresce mais rapidamente. O relatório garante, por exemplo, que enquanto a população total entre 1970 e 1998 aumentou em cerca de 60%, o número de "mais idosos" mais que dobrou, passando de 26,7 milhões para 66 milhões (14%).
De acordo com a divisão, a proporção de pessoas com 80 anos ou mais em 1988 era maior no Norte da Europa (3,9%), seguida pelo Oeste da Europa
(3,7%) e pelo Sul daquele continente (3,2%). As proporções mais baixas – meio por cento ou menos – são encontradas na África, na Polinésia e na Micronésia afirma a ONU. Os três países europeus com maiores proporções de idosos com mais de 80 anos, em 1998, eram Suécia (4,8%), Noruega (4,2%) e Reino Unido (4,1%).
A China, segundo o levantamento, era, em 1998, o país com o maior número de pessoas na categoria de "mais idosos": cerca de 10,5 milhões, ou seja, 16% de todos os idosos com 80 anos ou mais vivem atualmente neste país. Em segundo lugar vêm os EUA (8,6 milhões), seguidos por Índia (5,7 milhões),
Japão (4,3 milhões), Alemanha (3,1 milhões) e Rússia (3 milhões). Juntos, estes países respondem por 53% dos "mais idosos" do mundo.
Os prognósticos revelam ainda que, em 2050, 13 países deverão ter proporções de "mais idosos" correspondentes a 10% ou mais: Itália (14%), Espanha, Suíça, Hong Kong, Grécia, Japão, Áustria, Cingapura, Alemanha, Holanda, Macau, Suécia e Bélgica.
A composição das faixas etárias do grupo dos "mais idosos" apresenta
desigualdades. De acordo com a Divisão de População da ONU, os octogenários superam em grande número os nonagenários, e a porcentagem de pessoas com100 anos de idade neste grupo é extremamente pequena. Estima-se que, em1998, cerca de 89% dos chamados "mais idosos"(59 milhões de pessoas) fossem octogenários, ou seja, pessoas com idades entre 80 e 89 anos, e que cerca de 11% (7 milhões) fossem nonagenários (entre 90 e 99 anos). A proporção de centenários neste grupo era extremamente pequena, 0,25, ou 135 mil.
Mas a divisão prevê que este quadro venha a mudar drasticamente. O número de octogenários deverá aumentar para 311 milhões até o ano 2050, ou seja, 5,3 vezes o seu número em 1998. Já os idosos com 90 anos de idade deverão aumentar em até oito vezes, ou seja, alcançar a cifra dos 57 milhões. O número de pessoas que alcançam os 100 anos ou mais crescerá com mais velocidade, afirma o documento: em 2050, os centenários deverão ser 16 vezes maior do que em 1998, e chegar aos 2,2 milhões.
Outro fenômeno observado pela Divisão de População é o aumento do número de mulheres no grupo dos "mais idosos" em todo o mundo. Segundo o órgão, esta tendência deve se ao fato de as mulheres atingirem idades mais avançadas que os homens numa grande maioria de países. Em 1998, por exemplo, havia uma média 190 mulheres para cada 100 homens entre os "mais idosos". A proporção é de 181 entre os octogenários, mas é bastante maior para os nonagenários (287) e centenários (386).
Projeta-se hoje que o planeta viverá, nos próximos anos, uma verdadeira explosão de seu número de idosos.
De acordo com projeções estatísticas da Organização, em 1950 havia aproximadamente 200 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais ao redor do planeta. Em 1975, este número aumentou para 350 milhões. A projeções para o ano 2000 indicavam que haveria 590 milhões de idosos no mundo, e que, até o ano 2025, eles serão mais de 1,1 bilhão, o que representa um aumento de 224% desde 1975. Para se ter uma idéia da proporção do envelhecimento populacional, vale lembrar que, durante o mesmo período, a população mundial deverá crescer de 4,1 bilhões para 8,2 bilhões, ou seja, um aumento de 102%. Daqui a 45 anos, afirmam as Nações Unidas, os idosos constituirão 13,7% do total da população do planeta.
O problema é ainda mais agudo nos países em desenvolvimento, onde, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), estarão vivendo, daqui a 25 anos, três quartos dos idosos do mundo.
O risco, adverte a UNESCO, é que se desenvolva uma espécie de apartheid entre idosos e a população economicamente ativa, que poderá passar a encarar os mais velhos como pessoas financeiramente dependentes, como uma carga econômica. Os Estados não garantem cuidados básicos, as estruturas familiares tradicionais estão entrando em colapso, e os esquemas privados de ajuda e previdência são poucos. Apesar disso, nenhum movimento foi feito até agora nestes países para desativar esta bomba relógio demográfica.
Um dos aspectos mais marcantes da chamada revolução da longevidade é o aumento do grupo classificado por especialistas como "os mais idosos". A versão de 1998 do documento "Estimativas de População Oficiais das Nações Unidas" fornece as primeiras projeções específicas das características demográficas deste grupo, formado por pessoas com 80 anos de idade ou mais.
O documento estimou, pela primeira vez, o número de octogenários, nonagenários e centenários em todas as partes do mundo.
Em 1998, de acordo com as estatísticas, havia 66 milhões de pessoas com 80
anos ou mais no planeta. Este número deverá crescer mais de seis vezes até 2050, quando, segundo as projeções, atingirá cerca de 370 milhões de pessoas.De acordo com as estatísticas reunidas pela ONU, aqueles com 80 anos de idade ou mais ainda constituem uma pequena parcela da população mundial: apenas 1,1%. Apesar disto, afirma a Divisão de População das Nações Unidas é este o grupo populacional que cresce mais rapidamente. O relatório garante, por exemplo, que enquanto a população total entre 1970 e 1998 aumentou em cerca de 60%, o número de "mais idosos" mais que dobrou, passando de 26,7 milhões para 66 milhões (14%).
De acordo com a divisão, a proporção de pessoas com 80 anos ou mais em 1988 era maior no Norte da Europa (3,9%), seguida pelo Oeste da Europa
(3,7%) e pelo Sul daquele continente (3,2%). As proporções mais baixas – meio por cento ou menos – são encontradas na África, na Polinésia e na Micronésia afirma a ONU. Os três países europeus com maiores proporções de idosos com mais de 80 anos, em 1998, eram Suécia (4,8%), Noruega (4,2%) e Reino Unido (4,1%).
A China, segundo o levantamento, era, em 1998, o país com o maior número de pessoas na categoria de "mais idosos": cerca de 10,5 milhões, ou seja, 16% de todos os idosos com 80 anos ou mais vivem atualmente neste país. Em segundo lugar vêm os EUA (8,6 milhões), seguidos por Índia (5,7 milhões),
Japão (4,3 milhões), Alemanha (3,1 milhões) e Rússia (3 milhões). Juntos, estes países respondem por 53% dos "mais idosos" do mundo.
Os prognósticos revelam ainda que, em 2050, 13 países deverão ter proporções de "mais idosos" correspondentes a 10% ou mais: Itália (14%), Espanha, Suíça, Hong Kong, Grécia, Japão, Áustria, Cingapura, Alemanha, Holanda, Macau, Suécia e Bélgica.
A composição das faixas etárias do grupo dos "mais idosos" apresenta
desigualdades. De acordo com a Divisão de População da ONU, os octogenários superam em grande número os nonagenários, e a porcentagem de pessoas com100 anos de idade neste grupo é extremamente pequena. Estima-se que, em1998, cerca de 89% dos chamados "mais idosos"(59 milhões de pessoas) fossem octogenários, ou seja, pessoas com idades entre 80 e 89 anos, e que cerca de 11% (7 milhões) fossem nonagenários (entre 90 e 99 anos). A proporção de centenários neste grupo era extremamente pequena, 0,25, ou 135 mil.
Mas a divisão prevê que este quadro venha a mudar drasticamente. O número de octogenários deverá aumentar para 311 milhões até o ano 2050, ou seja, 5,3 vezes o seu número em 1998. Já os idosos com 90 anos de idade deverão aumentar em até oito vezes, ou seja, alcançar a cifra dos 57 milhões. O número de pessoas que alcançam os 100 anos ou mais crescerá com mais velocidade, afirma o documento: em 2050, os centenários deverão ser 16 vezes maior do que em 1998, e chegar aos 2,2 milhões.
Outro fenômeno observado pela Divisão de População é o aumento do número de mulheres no grupo dos "mais idosos" em todo o mundo. Segundo o órgão, esta tendência deve se ao fato de as mulheres atingirem idades mais avançadas que os homens numa grande maioria de países. Em 1998, por exemplo, havia uma média 190 mulheres para cada 100 homens entre os "mais idosos". A proporção é de 181 entre os octogenários, mas é bastante maior para os nonagenários (287) e centenários (386).
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
O segundo enterro de Brizola
Coluna publicada na TRIBUNA DA IMPRENSA de 14 de novembro de 2005
“Ao voltar à liça desfraldando as velhas bandeiras do liberalismo e da grande propriedade, os maragatos do novo milênio constrangem-se apenas em envergar aquele que foi a mais querida marca material de seus ancestrais sociais e ideológicos, já que ela constitui hoje o símbolo de tudo que abominam e daqueles que combatem – o orgulhoso lenço vermelho que, negando-se a aceitar qualquer derrota, retorna sempre bizarro ao combate”.
Mário Maéstri, professor, em “a segunda morte de Júlio de Castilhos”
Revista Espaço Acadêmico,
http://www.espacoacademico.com.br/030/30maesti.htm
Em homenagem à memória do maior patriota que conheci, tenho guardado respeitoso silêncio sobre os descaminhos do PDT depois de sua morte. Há em sua legenda ainda algumas figuras admiráveis, como Alceu Colares, Nilo Batista e Cidinha Campos e, em meio a essa pocilga de partidos políticos impudicos, não o vejo como pior ou melhor do que os outros.
Depois de militar em suas fileiras estoicamente desde o primeiro dia, resistindo até mesmo a pressões que o sentimento de gratidão pessoal impunha, optei por desfiliar-me silenciosamente no dia 1 de maio passado.
Não fiz alarde, não joguei pedra, mas tinha concluído que não cabia mais ali, já que o partido que se dizia o caminho brasileiro para o socialismo acolhia qualquer carreirista, que se serviria de sua legenda histórica para maquiar a imagem, embora recorresse igualmente às piores práticas do clientelismo e da manipulação da fé.
Mas o comportamento dos seus deputados federais nos últimos episódios republicanos me obriga a repetir alto e bom som: não me confunda com esses arrivistas, eu já não tenho nada com eles.
Capitular agora em relação a essa camarilha que vem sendo desmascarada diariamente, por todos os poros, é promover, de forma vergonhosa, o segundo enterro do Brizola. O velho não merecia isso.
Porque Brizola sofria de peito aberto os presságios que a astúcia do sistema altamente sofisticado montava contra o povo. Ele sabia muito bem quem era o “sapo barbudo”, tinha clareza que este fora fabricado por um conluio espúrio e heterogêneo só para impedir que ele assumisse a Presidência da República com sua alma nacionalista e seu cérebro tocado pela atávica sede de justiça social.
Ele foi covardemente esmagado e o último golpe que sofreu foi ter que constatar, na hora da verdade, que Lula era aquilo mesmo, a esquerda que a direita gosta, como proclamara Darcy Ribeiro, este sim, um sábio, um mestre, alguém que só nasce de quando em quando.
Brizola, no entanto, como camponês, como homem sem a malícia que a modernidade produziu, essa malícia à prova de antibióticos, se deixava encantar por quem fosse mais hábil na bajulação compensatória.
Era da mesma cepa de Júlio de Castilhos, o chefe republicano que fez escola, mesmo tendo morrido aos 43 anos. Escola que influenciaria os passos de Getúlio Vargas em sua essência ontológica: a consciência de uma mudança inevitável, mas sujeita aos trancos do inesperado, dos fantasmas e das incertezas.
Esses espectros geraram as sereias domésticas cujos cantos faziam de Brizola paradoxalmente um homem de visão larga diante da compreensão do mundo e um míope na observação do seu convívio, até porque amargava a distância política da descendência, sofrimento que se tornou ainda mais doloroso depois da morte de dona Neuza, seu anjo da guarda.
Como ele era de uma família de longevos, jamais imaginaria que fosse morrer nos seus joviais 82 anos. Quanto à sua saúde, era um descuidado incorrigível. Porque se sentia ele próprio um solitário predestinado e isso alimentava um certo sonho de que sua hora, a hora do Brasil, ainda chegaria.
Depois que viu que a instituição partidária em si era uma ficção; depois das mortes de Darcy Ribeiro, Doutel de Andrade, Bocaiúva Cunha, Brandão Monteiro, Carmen Cynira, Lysâneas Maciel e de Luiz Carlos Prestes; depois de ver muitos de seus prediletos virando a casaca (alguns por serem vítimas das intrigas dos rivais), enquanto outros se envolviam com o que havia de pior, ele só acreditava mesmo numa mítica relação direta com o povo.
No fundo, no fundo, Brizola já não acreditava no próprio PDT, perdoem-me a sinceridade. Tanto que na eleição da sua última Executiva Nacional fez daquele que lhe parecia mais fiel, ao mesmo tempo vice-presidente, tesoureiro nacional e presidente do diretório regional do Rio de Janeiro, do qual cuidava pessoalmente.
Hoje, com essas atitudes de deputados oportunistas, com essa ausência de um comando visível e forte, com essas práticas injustificáveis e indefensáveis, pode-se dizer que o “brizolismo” no próprio PDT não passa de um recurso eleitoral, do qual se servem aqueles que, até mesmo com laços familiares, só pensam em suas próprias carreiras.
De onde não me surpreender nenhum tipo de aliança, nem de manobras, nem de acordos, nem de nada, até porque ninguém está aí mesmo para respeitar a memória de ninguém, nem o passado, nem o processo histórico.
Em assim sendo, só restar chorar porque Brizola já não está entre nós e ninguém se sente obrigado a ser coerente como ele sempre foi.
“Ao voltar à liça desfraldando as velhas bandeiras do liberalismo e da grande propriedade, os maragatos do novo milênio constrangem-se apenas em envergar aquele que foi a mais querida marca material de seus ancestrais sociais e ideológicos, já que ela constitui hoje o símbolo de tudo que abominam e daqueles que combatem – o orgulhoso lenço vermelho que, negando-se a aceitar qualquer derrota, retorna sempre bizarro ao combate”.
Mário Maéstri, professor, em “a segunda morte de Júlio de Castilhos”
Revista Espaço Acadêmico,
http://www.espacoacademico.com.br/030/30maesti.htm
Em homenagem à memória do maior patriota que conheci, tenho guardado respeitoso silêncio sobre os descaminhos do PDT depois de sua morte. Há em sua legenda ainda algumas figuras admiráveis, como Alceu Colares, Nilo Batista e Cidinha Campos e, em meio a essa pocilga de partidos políticos impudicos, não o vejo como pior ou melhor do que os outros.
Depois de militar em suas fileiras estoicamente desde o primeiro dia, resistindo até mesmo a pressões que o sentimento de gratidão pessoal impunha, optei por desfiliar-me silenciosamente no dia 1 de maio passado.
Não fiz alarde, não joguei pedra, mas tinha concluído que não cabia mais ali, já que o partido que se dizia o caminho brasileiro para o socialismo acolhia qualquer carreirista, que se serviria de sua legenda histórica para maquiar a imagem, embora recorresse igualmente às piores práticas do clientelismo e da manipulação da fé.
Mas o comportamento dos seus deputados federais nos últimos episódios republicanos me obriga a repetir alto e bom som: não me confunda com esses arrivistas, eu já não tenho nada com eles.
Capitular agora em relação a essa camarilha que vem sendo desmascarada diariamente, por todos os poros, é promover, de forma vergonhosa, o segundo enterro do Brizola. O velho não merecia isso.
Porque Brizola sofria de peito aberto os presságios que a astúcia do sistema altamente sofisticado montava contra o povo. Ele sabia muito bem quem era o “sapo barbudo”, tinha clareza que este fora fabricado por um conluio espúrio e heterogêneo só para impedir que ele assumisse a Presidência da República com sua alma nacionalista e seu cérebro tocado pela atávica sede de justiça social.
Ele foi covardemente esmagado e o último golpe que sofreu foi ter que constatar, na hora da verdade, que Lula era aquilo mesmo, a esquerda que a direita gosta, como proclamara Darcy Ribeiro, este sim, um sábio, um mestre, alguém que só nasce de quando em quando.
Brizola, no entanto, como camponês, como homem sem a malícia que a modernidade produziu, essa malícia à prova de antibióticos, se deixava encantar por quem fosse mais hábil na bajulação compensatória.
Era da mesma cepa de Júlio de Castilhos, o chefe republicano que fez escola, mesmo tendo morrido aos 43 anos. Escola que influenciaria os passos de Getúlio Vargas em sua essência ontológica: a consciência de uma mudança inevitável, mas sujeita aos trancos do inesperado, dos fantasmas e das incertezas.
Esses espectros geraram as sereias domésticas cujos cantos faziam de Brizola paradoxalmente um homem de visão larga diante da compreensão do mundo e um míope na observação do seu convívio, até porque amargava a distância política da descendência, sofrimento que se tornou ainda mais doloroso depois da morte de dona Neuza, seu anjo da guarda.
Como ele era de uma família de longevos, jamais imaginaria que fosse morrer nos seus joviais 82 anos. Quanto à sua saúde, era um descuidado incorrigível. Porque se sentia ele próprio um solitário predestinado e isso alimentava um certo sonho de que sua hora, a hora do Brasil, ainda chegaria.
Depois que viu que a instituição partidária em si era uma ficção; depois das mortes de Darcy Ribeiro, Doutel de Andrade, Bocaiúva Cunha, Brandão Monteiro, Carmen Cynira, Lysâneas Maciel e de Luiz Carlos Prestes; depois de ver muitos de seus prediletos virando a casaca (alguns por serem vítimas das intrigas dos rivais), enquanto outros se envolviam com o que havia de pior, ele só acreditava mesmo numa mítica relação direta com o povo.
No fundo, no fundo, Brizola já não acreditava no próprio PDT, perdoem-me a sinceridade. Tanto que na eleição da sua última Executiva Nacional fez daquele que lhe parecia mais fiel, ao mesmo tempo vice-presidente, tesoureiro nacional e presidente do diretório regional do Rio de Janeiro, do qual cuidava pessoalmente.
Hoje, com essas atitudes de deputados oportunistas, com essa ausência de um comando visível e forte, com essas práticas injustificáveis e indefensáveis, pode-se dizer que o “brizolismo” no próprio PDT não passa de um recurso eleitoral, do qual se servem aqueles que, até mesmo com laços familiares, só pensam em suas próprias carreiras.
De onde não me surpreender nenhum tipo de aliança, nem de manobras, nem de acordos, nem de nada, até porque ninguém está aí mesmo para respeitar a memória de ninguém, nem o passado, nem o processo histórico.
Em assim sendo, só restar chorar porque Brizola já não está entre nós e ninguém se sente obrigado a ser coerente como ele sempre foi.
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