A ONU declarou 1999 Ano Internacional dos Idosos. estimando que haveria aproximadamente 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade em todo o mundo no ano 2000.
Projeta-se hoje que o planeta viverá, nos próximos anos, uma verdadeira explosão de seu número de idosos.
De acordo com projeções estatísticas da Organização, em 1950 havia aproximadamente 200 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais ao redor do planeta. Em 1975, este número aumentou para 350 milhões. A projeções para o ano 2000 indicavam que haveria 590 milhões de idosos no mundo, e que, até o ano 2025, eles serão mais de 1,1 bilhão, o que representa um aumento de 224% desde 1975. Para se ter uma idéia da proporção do envelhecimento populacional, vale lembrar que, durante o mesmo período, a população mundial deverá crescer de 4,1 bilhões para 8,2 bilhões, ou seja, um aumento de 102%. Daqui a 45 anos, afirmam as Nações Unidas, os idosos constituirão 13,7% do total da população do planeta.
O problema é ainda mais agudo nos países em desenvolvimento, onde, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), estarão vivendo, daqui a 25 anos, três quartos dos idosos do mundo.
O risco, adverte a UNESCO, é que se desenvolva uma espécie de apartheid entre idosos e a população economicamente ativa, que poderá passar a encarar os mais velhos como pessoas financeiramente dependentes, como uma carga econômica. Os Estados não garantem cuidados básicos, as estruturas familiares tradicionais estão entrando em colapso, e os esquemas privados de ajuda e previdência são poucos. Apesar disso, nenhum movimento foi feito até agora nestes países para desativar esta bomba relógio demográfica.
Um dos aspectos mais marcantes da chamada revolução da longevidade é o aumento do grupo classificado por especialistas como "os mais idosos". A versão de 1998 do documento "Estimativas de População Oficiais das Nações Unidas" fornece as primeiras projeções específicas das características demográficas deste grupo, formado por pessoas com 80 anos de idade ou mais.
O documento estimou, pela primeira vez, o número de octogenários, nonagenários e centenários em todas as partes do mundo.
Em 1998, de acordo com as estatísticas, havia 66 milhões de pessoas com 80
anos ou mais no planeta. Este número deverá crescer mais de seis vezes até 2050, quando, segundo as projeções, atingirá cerca de 370 milhões de pessoas.De acordo com as estatísticas reunidas pela ONU, aqueles com 80 anos de idade ou mais ainda constituem uma pequena parcela da população mundial: apenas 1,1%. Apesar disto, afirma a Divisão de População das Nações Unidas é este o grupo populacional que cresce mais rapidamente. O relatório garante, por exemplo, que enquanto a população total entre 1970 e 1998 aumentou em cerca de 60%, o número de "mais idosos" mais que dobrou, passando de 26,7 milhões para 66 milhões (14%).
De acordo com a divisão, a proporção de pessoas com 80 anos ou mais em 1988 era maior no Norte da Europa (3,9%), seguida pelo Oeste da Europa
(3,7%) e pelo Sul daquele continente (3,2%). As proporções mais baixas – meio por cento ou menos – são encontradas na África, na Polinésia e na Micronésia afirma a ONU. Os três países europeus com maiores proporções de idosos com mais de 80 anos, em 1998, eram Suécia (4,8%), Noruega (4,2%) e Reino Unido (4,1%).
A China, segundo o levantamento, era, em 1998, o país com o maior número de pessoas na categoria de "mais idosos": cerca de 10,5 milhões, ou seja, 16% de todos os idosos com 80 anos ou mais vivem atualmente neste país. Em segundo lugar vêm os EUA (8,6 milhões), seguidos por Índia (5,7 milhões),
Japão (4,3 milhões), Alemanha (3,1 milhões) e Rússia (3 milhões). Juntos, estes países respondem por 53% dos "mais idosos" do mundo.
Os prognósticos revelam ainda que, em 2050, 13 países deverão ter proporções de "mais idosos" correspondentes a 10% ou mais: Itália (14%), Espanha, Suíça, Hong Kong, Grécia, Japão, Áustria, Cingapura, Alemanha, Holanda, Macau, Suécia e Bélgica.
A composição das faixas etárias do grupo dos "mais idosos" apresenta
desigualdades. De acordo com a Divisão de População da ONU, os octogenários superam em grande número os nonagenários, e a porcentagem de pessoas com100 anos de idade neste grupo é extremamente pequena. Estima-se que, em1998, cerca de 89% dos chamados "mais idosos"(59 milhões de pessoas) fossem octogenários, ou seja, pessoas com idades entre 80 e 89 anos, e que cerca de 11% (7 milhões) fossem nonagenários (entre 90 e 99 anos). A proporção de centenários neste grupo era extremamente pequena, 0,25, ou 135 mil.
Mas a divisão prevê que este quadro venha a mudar drasticamente. O número de octogenários deverá aumentar para 311 milhões até o ano 2050, ou seja, 5,3 vezes o seu número em 1998. Já os idosos com 90 anos de idade deverão aumentar em até oito vezes, ou seja, alcançar a cifra dos 57 milhões. O número de pessoas que alcançam os 100 anos ou mais crescerá com mais velocidade, afirma o documento: em 2050, os centenários deverão ser 16 vezes maior do que em 1998, e chegar aos 2,2 milhões.
Outro fenômeno observado pela Divisão de População é o aumento do número de mulheres no grupo dos "mais idosos" em todo o mundo. Segundo o órgão, esta tendência deve se ao fato de as mulheres atingirem idades mais avançadas que os homens numa grande maioria de países. Em 1998, por exemplo, havia uma média 190 mulheres para cada 100 homens entre os "mais idosos". A proporção é de 181 entre os octogenários, mas é bastante maior para os nonagenários (287) e centenários (386).
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